Mulheres afegãs que trabalham para ONGs são ameaçadas de morte se não usam burca
A polícia religiosa talibã ameaçou atirar em mulheres que trabalham para ONGs de uma província do noroeste do Afeganistão se não usarem burca, informaram funcionários das organizações nesta sexta-feira (21).
Representantes do Ministério de Promoção da Virtude e Prevenção do Vício na província de Badghis se reuniram no domingo com organizações humanitárias, explicaram à AFP dois membros locais de ONGs internacionais.
"Nos disseram (...) que se nossa equipe feminina vier para o escritório sem burca, atirariam nelas", afirmou uma dessas fontes, pedindo anonimato como medida de segurança. Os talibãs também pediram que essas mulheres estejam acompanhadas por um homem, acrescentou.
A segunda fonte humanitária confirmou essa informação. "Também disseram que iriam em cada escritório sem avisar para garantir que as regras sejam cumpridas", explicou.
As organizações que trabalham na província receberam uma notificação por escrito, da qual a AFP obteve uma cópia. Não contém ameaças de morte, mas pede às mulheres que se cubram.
A burca é um véu integral com uma faixa de tela à altura dos olhos, tradicionalmente usada nas áreas mais conservadoras do país e cujo uso era obrigatório sob o primeiro governo do Talibã (1996-2001).
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