Família da iraniana falecida Mahsa Amini rejeita informe médico oficial
Os pais de Mahsa Amini rejeitaram o relatório médico oficial, segundo o qual a morte da jovem iraniana durante sua detenção não se deveu a "agressões" - disse um meio de comunicação local, nesta quinta-feira (20), citando um advogado da família.
O Irã foi abalado por protestos desde a morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini. A jovem curdo-iraniana faleceu três dias depois de sua detenção em Teerã pela polícia da moral, que a acusou de ter violado o rígido código de vestimenta do país.
Em 7 de outubro, a Organização Forense do Irã informou que "a morte de Mahsa Amini não foi causada por golpes na cabeça, ou nos órgãos vitais", mas está relacionada com "uma cirurgia de tumor cerebral aos oito anos de idade", conforme texto publicado pela televisão estatal.
"Os advogados rejeitaram o relatório", em uma declaração à autoridade judiciária, disse ao jornal Etemad um advogado dos pais, Saleh Nikbakht.
Eles pediram "que a causa da morte seja revisada" e solicitaram à Justiça que "escolha cinco especialistas (incluindo um neurocirurgião e um cardiologista) de uma lista de dez médicos selecionados pelos pais de Mahsa Amini", acrescentou.
A defesa deve poder "obter esclarecimentos sobre a forma como a investigação foi conduzida e sobre o papel da pessoa, ou das pessoas, envolvidas na detenção de Mahsa e sua transferência para a delegacia da polícia moral, para poder defender os direitos dos pais e eliminar as incertezas sobre a causa da morte", destacou.
Em 19 de setembro, o pai da menina, Amjad Amini, garantiu à agência de notícias Fars que sua filha estava "perfeitamente saudável".
No final de setembro, Nikbakht informou que a família Amini apresentou uma denúncia contra os policiais que prenderam a jovem.
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