Após veto de Bolsonaro, Rio vai distribuir 8 milhões de absorventes para alunas
A prefeitura do Rio de Janeiro lançou hoje (13) o Livres para Estudar, programa que vai distribuir 8 milhões de absorventes por ano para estudantes da rede municipal para ajudar a combater a evasão escolar. A expectativa é que a iniciativa alcance cerca de 100 mil alunas. O investimento será de R$ 14 milhões por ano.
A distribuição começará a ser feita a partir da próxima segunda-feira (18), quando terá início a nova fase do ensino presencial, em que 100% dos alunos poderão ir todos os dias para a escola.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou na última semana o trecho de uma nova lei que previa a oferta gratuita de absorventes higiênicos e outros cuidados básicos de saúde menstrual. O programa previa o fornecimento dos itens nas escolas públicas de ensino médio e de anos finais do ensino fundamental. Além disso, mulheres em situação de rua, ou em situação de vulnerabilidade social extrema, presidiárias e apreendidas também receberiam.
O programa visa a diminuir o índice de evasão entre as alunas do Ensino Fundamental 2 que têm, em média, entre 11 e 14 anos. Segundo a prefeitura, uma entre cada quatro jovens já faltou às aulas por não ter absorventes. Cerca de 43 mil alunas cariocas já deixaram de ir para a escola devido à pobreza menstrual.
Durante o lançamento do programa na Escola Municipal Vicente Licinio Cardoso, na Praça Mauá, na região central da cidade, o prefeito Eduardo Paes disse que a escola é o espaço em que o Poder Público alcança as pessoas que mais precisam.
"Temos que superar esses tabus, menstruação é algo normal, acontece com todas as mulheres. Defendemos a dignidade de gênero, temos que preservar e proteger as nossas meninas, esse é o objetivo da prefeitura. Vamos distribuir absorventes para todas as nossas meninas do segundo segmento da rede pública municipal, que é a maior da América Latina. Que alegria poder colocar o Rio, mais uma vez, na vanguarda", disse.
O projeto conta com a parceria do Tribunal de Justiça do Estado do Rio, da Comissão da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e dos grupos Girl Up e Elas na Escola.
"Não pode ser normal que uma menina deixe de ir pra escola simplesmente por não conseguir comprar um absorvente. O que estamos fazendo aqui é dar o mínimo, dar dignidade para nossas alunas estudarem decentemente e não largarem a escola", afirmou o secretário de Educação, Renan Ferreirinha.