Em desfile em Milão, Prada busca o passado e o presente da mulher moderna
O segundo dia de desfiles da Semana de Moda de Milão, que acontece até o dia 29 deste mês, foi marcado por coleções incríveis de grandes grifes. Mesmo com as belíssimas apresentações das italianas Fendi, Moschino e Emilio Pucci, foi a maison Prada o destaque da tarde desta quinta-feira (25).
Para a coleção feminina do Inverno 2016, a diretora criativa Miuccia Prada decidiu montar a imagem de uma mulher "que de manhã recolhe os pedaços do que já foi e do que é atualmente e os veste", que une ao longo da vida várias personalidades e histórias.
"O conceito fundamental é a ideia de uma personagem que vaga pela vida, que está à procura de algo, já que nós sempre precisamos saber onde estamos e para onde vamos", explica Miuccia.
Para esse reconhecimento do feminino e de todas as suas facetas, a estilista teve a ajuda do artista Christophe Chemin que, já na coleção masculina da marca, desenhou as estampas das peças, contando a história da humanidade nos seus desenhos que contribuem à formação da "collage de peças femininas" vista no desfile.
A ideia romântica aparece nos modelos que, nas sobreposições, continuam o discurso trazido pela grife na coleção masculina no mês passado. Nos últimos looks, no entanto, a reflexão abordada se concentra mais em "onde estamos e onde queremos estar: queremos ser femininas e sermos comandadas ou queremos ter o poder?", explica Miuccia.
Nas passarelas, portanto, se misturam o masculino e o feminino, a força e o sexy, o esportivo e o romântico e as peças folhadas a ouro podem ser interpretadas tanto como um símbolo de poder feminino quanto uma crítica ao conceito de mulher-objeto. É aí que surgem as camisas com motivos havaianos em lamé, os chapéus de marinheiros, os casacos militares e em tweed, ambos com capuz e outros detalhes em pele.
O passado também fez parte do desfile com as peças estreitas no corpo de veludos bordados e com as meias-calças de lã também bordadas. Grande parte dos looks eram finalizados com corpetes que cobriam ou eram parcialmente cobertos por casacos, alguns tartan, até a altura dos joelhos, e que muitas vezes eram finalizados por cintos onde eram pendurados itens como carteiras e chaves.
Já as estampas tinham motivos de flores e de cactus, de sol e de frutas, de beijos e formas femininas e foram inseridas em peças bordadas mais delicadas e também em jaquetas mais esportivas que eram acompanhadas por modelos mais curtos e por botas de amarrar de couro.
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