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"Me reconheço na melhor e na pior mulher", diz escritora Elena Ferrante

Os best-sellers da italiana desconhecida que se identifica pelo pseudônimo de Elena Ferrante — e encantou o mundo pelo seu retrato do feminino - Divulgação
Os best-sellers da italiana desconhecida que se identifica pelo pseudônimo de Elena Ferrante — e encantou o mundo pelo seu retrato do feminino Imagem: Divulgação

da ANSA, em Roma

21/03/2018 09h08

A escritora italiana Elena Ferrante escreveu um texto sobre feminismo em sua coluna semanal no jornal britânico "The Guardian".

No artigo, a autora de "A Amiga Genial" diz que, mesmo depois de um século de movimento feminista, as mulheres ainda não podem ser elas mesmas "plenamente".

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"As mulheres vivem em constante contradição e enfrentam trabalhos insustentáveis: tudo, realmente tudo, foi codificado de acordo com as necessidades masculinas: até práticas sexuais e a maternidade", escreve Ferrante.

Ela enfatiza ainda que as mulheres muitas vezes treinam para não ser "muito bonitas, muito inteligentes, atenciosas". "Tudo para não existir a reação violenta do homem e também não criar uma inimizade com outras mulheres", afirma.

No fim de seu texto, a italiana explica que se sente "próxima a todas as mulheres" e que se reconhece "na melhor e na pior". "Às vezes as pessoas me perguntam: 'como é possível que você não conheça nenhuma imbecil?'. Conheço algumas, com certeza. A literatura está cheia delas, assim como a vida real. Mas, no fim das contas, estou do lado delas", conclui.

As obras de Ferrante, a começar por sua tetralogia napolitana, giram em torno da figura feminina e das relações entre as mulheres, seja entre duas amigas ou mães e filhas.