Noruega pede perdão a mulheres que fizeram sexo com nazistas
A primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, pediu nesta quinta-feira (18) perdão a todas as norueguesas que tiveram relações íntimas com soldados alemães durante a Segunda Guerra Mundial e foram alvo de represálias depois da queda nazista. "As autoridades norueguesas violaram a regra fundamental que nenhum cidadão pode ser punido ou condenado sem julgamento. Para muitas, isso era apenas um amor adolescente, para outras, o amor de suas vidas com um soldado inimigo ou um flerte inocente que deixou uma marca pelo resto de suas vidas", explicou Solberg.
A Noruega foi invadida por forças nazistas em abril de 1940 e acredita-se que cerca de 50 mil mulheres norueguesas tinham relações íntimas com soldados alemães, segundo dados do Centro Norueguês sobre o Holocausto e minorias religiosas.
Veja também
- Em três dias, quatro mulheres são vítimas de feminicídio em São Paulo
- Feminicídio: mutirão julga mil processos e 10 mil seguem sem resposta
- Família de advogada morta no Paraná cria perfis contra o feminicídio
As mulheres eram chamadas de "garotas alemãs" e mais tarde foram acusadas de trair o país. Como consequência, elas foram submetidas a detenções e prisões ilegais, demissões, a privação dos direitos civis, e até mesmo a supressão da nacionalidade norueguesa e a expulsão do país.
"Jovens e mulheres norueguesas que tiveram relações com soldados alemães ou eram suspeitas disso foram vítimas de um tratamento vergonhoso", acrescentou a premier. "Hoje, em nome do governo, quero pedir desculpas", disse Solberg durante um evento em celebração do 70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU.
Depois de mais de 70 anos após o fim da Segunda Guerra, poucas das mulheres afetadas continuam vivas. Acredita-se que cerca de 12 mil crianças tenham nascido das relações, sendo que algumas delas também foram alvo de atos de vingança, confiadas a outras famílias ou colocadas em instituições. Em 2007, um grupo apelou ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos para que pedisse justiça pela barbárie, mas o seu caso foi declarado inadmissível pois já havia passado muito tempo desde o ocorrido.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.