Político diz que denúncias de feminicídios na Itália são "falsas"
Um conselheiro municipal do partido de extrema-direita Liga Norte provocou polêmica na Itália ao afirmar que "90% das denúncias" de violência contra a mulher são "falsas". "Noventa por cento das denúncias de violência contra mulheres são falsas ou são arquivadas pelos promotores e tribunais. Mas isso não vira notícias", disse Umberto La Morgia, vereador da cidade de Casalecchio di Reno, na província de Bolonha.
O comentário foi publicado no Facebook, por ocasião do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, celebrado ontem (25). "A violência não tem sentido", escreveu.
"Se quisermos falar verdadeiramente de paridade de oportunidades, gostaria de apresentar que também existe a violência das mulheres contra os homens, frequentemente pouco reconhecida, pouco condenada e pouco debatida", disse o político da Liga Norte. Segundo ele, essa violência se manifesta "não só fisicamente, mas através de alienação parental (a destruição da relação pai-filho por parte da mãe) e as milhares de denúncias falsas que as mulheres usam para terem vantagem em cima dos homens em separação civil".
A postagem foi imediatamente rejeitada por outros políticos italianos, como Alice Morotti, do esquerdista Partido Democrático (PD). "São palavras inaceitáveis, é uma loucura", criticou.
Diante da polêmica, La Morgia deletou o texto e se desculpou. Ontem, um estudo divulgado pelo Instituto Nacional de Estatísticas (Istat) da Itália mostrou que um a cada quatro italianos acredita que uma mulher pode sofrer m estupro devido às roupas que usa. Além disso, 39,3% das pessoas responderam que uma mulher pode escapar de um estupro "se realmente não quiser" ser violentada.
A Itália registrou 142 feminicídios em 2018, número 0,7% maior que no ano anterior, e acumula 94 nos primeiros 10 meses de 2019. No ano passado, 40,3% das vítimas de homicídio no país eram mulheres, maior percentual da história. (ANSA)
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