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EUA: Migrantes tiveram úteros retirados após reclamarem de cólica, diz enfermeira

Enfermeira Dawn Wooten fez a denúncia de retirada de úteros de pacientes que reclamavam de cólicas - AP Photo/Jeff Amy
Enfermeira Dawn Wooten fez a denúncia de retirada de úteros de pacientes que reclamavam de cólicas Imagem: AP Photo/Jeff Amy

Da ANSA, em São Paulo

17/09/2020 10h03Atualizada em 17/09/2020 11h38

As autoridades norte-americanas anunciaram que vão investigar uma denúncia de que migrantes ilegais teriam sido submetidas à cirurgias para a retirada de útero em um centro de detenção localizado em Irwin, na Geórgia.

Segundo uma denúncia veiculada na mídia do país ontem, uma enfermeira chamada Dawn Wooten informou que o ginecologista que atende na unidade fazia o procedimento de histerectomia em massa nas detentas, e que muitas delas não sabiam a que estavam sendo submetidas.

Ela informou que ao menos 17 mulheres tiveram seus úteros retirados. Wooten ressaltou que isso ocorria em mulheres que reclamavam de cólicas ou que pediam por métodos contraceptivos no local.

Outro ponto da denúncia cita que o centro se recusava a fazer testes para detectar o novo coronavírus entre as detentas.

Reações da repercussão

A presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, afirmou que teve acesso à denúncia completa e que será aberta uma investigação parlamentar sobre ela.

"Se for verdade, as condições horríveis descritas na denúncia - incluindo a questão das histerectomias - são uma violação assustadora dos direitos humanos", acrescentou Pelosi.

Um grupo de parlamentares também vai analisar o caso.

Já a Secretaria de Relações Exteriores do México informou que, através de sua rede consular, está exigindo explicações das autoridades norte-americanas tanto sobre a questão da retirada "total ou parcial do útero" das mulheres migrantes como sobre a falta de exames para detectar a covid-19.

Negou as acusações

Em nota oficial, a diretora do ICE (Serviço de Alfândegas e Imigração), Ada Rivera, negou as acusações e disse que a unidade citada só tem o registro de duas histerectomias desde 2018.

A empresa que gerencia o centro de detenção, La Salle Corrections, também negou a denúncia e disse que "repudia fortemente" o conteúdo apresentado por Wooten.