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Biden garantirá acesso das mulheres à pílula abortiva

Joe Biden, presidente dos EUA - REUTERS/Kevin Lamarque
Joe Biden, presidente dos EUA Imagem: REUTERS/Kevin Lamarque

24/06/2022 18h41

WASHINGTON, 24 JUN (ANSA) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na tarde desta sexta-feira (24) ações que seu governo está tomando para proteger as mulheres que enfrentarão as consequências da decisão da Suprema Corte de revogar o direito das americanas ao aborto.

Em comunicado, a Casa Branca explicou que o democrata orientou a Secretaria de Saúde para garantir o acesso das mulheres à pílula abortiva e medicamentos especiais para cuidados da saúde reprodutiva, aprovados pela agência reguladora dos EUA, a Food and Drug Administration (FDA).

A medida foi divulgada após a Suprema Corte derrubar a sentença histórica do caso Roe v Wade de 1973 que garantia o direito ao aborto legal. A partir de agora, os estados podem legislar do jeito que quiserem sobre o tema mudando um entendimento de cerca de 50 anos.

"Essa decisão tirou expressamente do povo americano um direito constitucional que havia reconhecido por quase 50 anos - o direito de escolha da mulher, livre da interferência do governo", diz a Casa Branca, reforçando que essa medida "terá consequências devastadoras na vida das mulheres em todo o país".

Além de garantir o acesso às pílulas abortivas, Biden declarou que as mulheres também devem permanecer livres para viajar com segurança para outro estado para buscar os cuidados de que precisam.

"Uma pessoa tem o direito de viajar entre os estados por qualquer motivo que queira - não é da conta de mais ninguém - especialmente do governo. Se uma mulher vive em um estado que restringe o aborto, a decisão da Suprema Corte não a impede de viajar de sua casa para um estado que o permita", enfatiza a nota.

Segundo a administração do democrata, "se qualquer autoridade estadual ou local tentar interferir no exercício desse direito básico para as mulheres, o governo Biden combaterá esse ataque profundamente antiamericano".

O aborto medicamentoso ? uma combinação de duas drogas que é autorizada para uso nas primeiras 10 semanas de gravidez ? tornou-se cada vez mais frequente e já é responsável por mais da metade dos abortos recentes no país.

Em dezembro passado, inclusive, a FDA facilitou o acesso à prática ao suspender a exigência de que as pacientes consigam a primeira das duas pílulas, a mifepristone, visitando pessoalmente uma clínica ou médico autorizado. Agora, quem desejar abortar poderá receber as pílulas pelo correio após realizar uma consulta por vídeo ou telefone. (ANSA)

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