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Boneca Barbie celebra 50 anos como ícone cultural

09/03/2009 06h31

A boneca Barbie completa 50 anos nesta segunda-feira, com queda de vendas mas status de ícone cultural. A fabricante de brinquedos Mattel vendeu mais de um bilhão de bonecas do tipo desde que ela foi apresentada ao mundo, na Feira de Brinquedos de Nova York, em 1959 - no primeiro ano foram mais de 300 mil, ao preço de US$ 3 a unidade.

Barbie Millicent Roberts recebeu o mesmo nome da pequena Barbara - a filha de sua criadora, Ruth Handler. A menina brincava com bonecas que representavam bebês e crianças pequenas, e a mãe reconheceu um nicho no mercado americano para um brinquedo que representasse uma mulher jovem.

As primeiras Barbies vestiam um maiô de listras brancas e pretas, sandálias de salto alto e sobrancelhas bem delineadas. Embora o modelo de Barbie mais conhecido hoje tenha cabelos loiros, as primeiras tinham uma versão morena.

Handler disse que a boneca simboliza que "uma mulher pode fazer escolhas". "Eu acredito que as escolhas que Barbie representa ajudaram na popularidade inicial da boneca, não apenas entre as filhas, que um dia fariam parte da primeira grande onda de mulheres em gerenciamento e profissões liberais, mas também entre as mães."

Ao longo dos anos, Barbie refletiu modas e estilos e teve mais de cem carreiras diferentes, como astronauta, ginasta, aeromoça, embaixadora da Boa Vontade da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e piloto de Fórmula-1.

Barbie já apareceu até como candidata a presidente - em uma iniciativa pioneira, foi lançada uma boneca afro-americana em 2004, com suposta ambição de chegar à Casa Branca.

"Mau exemplo"
O formato do corpo - busto grande e cintura muito fina - foram criticados por supostamente representar uma imagem inalcançável para as meninas.

O curador da exposição "Os 50 anos de Barbie" no Museu do Entretenimento Geppi, em Baltimore, nos Estados Unidos, Arnold Blumberg, disse: "Em várias ocasiões algumas pessoas disseram que a Barbie representa uma ideia muito irreal e danosa do como uma mulher adulta moderna deve se parecer (...) e que isso afeta a ideia de que uma menina tem de seu próprio tipo físico, de suas expectativas na vida."

"Mas, como tudo mais, ela (a empresa Mattel) é uma fabricante de brinquedos e está vendendo uma figura de fantasia, uma boneca para as crianças brincarem."

A boneca foi criticada também por ser um mau exemplo para meninas. Uma versão de Barbie com "fala" dizia: "Aula de matemática é difícil". Mais tarde, diante das críticas, a frase acabou alterada para "Matemática é difícil mas não impossível!"

"penas bons amigos"
A boneca prosperou e entrou na sociedade de consumo - foram feitas casas de plástico especialmente para ela, um carro, um guarda-roupa de griffe e ela ganhou até um namorado, Ken.

Mas embora a Barbie tenha servido de modelo para muitos vestidos de noiva o "casal" nunca trocou alianças e, em 2004, em uma entrevista coletiva "oficial", foi anunciado que eles estavam "se separando".

A boneca atraiu o interesse de crianças e adultos. Tanto que um modelo de 1959 foi vendido por US$ 27.450 mil em um leilão em 2006.

Mas a popularidade da boneca em um mundo onde os brinquedos se diversificam cada vez mais e o mercado de videogames cresce, vem sofrendo. No final do ano passado, as vendas de Barbies caíram mais de 20%.

Na Ásia, contudo, a fama da boneca resiste. Foi aberta na sexta-feira uma loja em Xangai, na China, especializada em Barbies.

Ela tem seis andares e traz quase 900 modelos diferentes da boneca. Ela tem spa, bar e estúdio, e os fãs da Barbie podem experimentar trajes do guarda-roupa da boneca em tamanho grande.

A Mattel planeja mais lojas do tipo em outras partes do mundo, mas não nas mesmas dimensões que a recém-inaugurada em Xangai.