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Menino de 7 anos supera medo de falar com adultos

da <b>BBC Brasil</b>

05/05/2010 16h08

Um menino britânico de 7 anos finalmente superou um bloqueio que o impedia de falar com qualquer adulto fora de sua família.

Lewis Fawcett, da cidade de Emsworth, sofria do chamado mutismo seletivo, um raro transtorno de ansiedade que é normalmente confundido com timidez.

"Quando estava entre outras crianças, Lewis era capaz de se comunicar como elas, mas bastava chegar um adulto para ele ficar completamente mudo. Era possível ver o medo nos olhos dele", disse à BBC Brasil Erika Biddlecombe, professora do menino há um ano.

Apesar de representar apenas 1% dos casos de distúrbios mentais catalogados pela Associação Psiquiátrica Americana, o mutismo seletivo é, segundo Biddlecombe, "mais comum do que se pensa".

"Lewis é o terceiro caso na minha carreira. O problema costuma ser minimizado por pais e professores, e muitas vezes passa despercebido", afirmou.

Emails

Os pais de Lewis perceberam o problema após assistir a um documentário na televisão, em 2006. Ele então foi diagnosticado com o distúrbio.

Eles, no entanto, não sabem a origem do mutismo do filho, mas desconfiam de um acidente sofrido quando ele era bebê que o deixou com a voz rouca.

Segundo Biddlecombe, apenas nos últimos três meses, Lewis começou a demonstrar confiança para falar com ela.

"Foi um processo que começou há quase um ano. Ele inicialmente me mandava emails com mensagens sobre a escola e as aultas, depois passou a deixar recados na minha secretária eletrônica", conta.

Ao final de algumas semanas, ele passou a ler seus livros e sua lição de casa para a professora por telefone. Na escola, ia acompanhado da mãe para as aulas de leitura.

"Finalmente, na semana passada, Lewis nos surpreendeu ao se levantar e falar diante de 260 pessoas durante a reunião geral de alunos e professores da escola", contou Biddlecombe.

Para ela, no entanto, é impossível prever quanto tempo ele levará para retomar a confiança para dialogar normalmente com outros adultos.

"Toda criança é diferente, mas estou otimista porque Lewis está muito orgulhoso de suas conquistas e animado para continuar", afirmou.