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O pedido de desculpas de canal de TV americano por tirar do ar propaganda com beijo lésbico 

Propaganda com beijo lésbico que foi retirada do ar pela Hallmark após pressão de grupo conservador - Zola
Propaganda com beijo lésbico que foi retirada do ar pela Hallmark após pressão de grupo conservador Imagem: Zola

16/12/2019 07h24

O chefe-executivo da Hallmark Cards pediu desculpas pela decisão de retirar do ar propagandas com casais do mesmo sexo veiculadas pelo canal de TV da empresa.

A medida controversa atingiu peças publicitárias do site de casamentos Zola, depois de uma campanha feita pelo grupo conservador One Million Moms (Um Milhão de Mamães, em tradução livre).

A decisão da Hallmark levou a críticas em redes sociais e pedidos de boicote, e a companhia decidiu reexibir as propagandas e tentar restabelecer sua parceria comercial com a Zola.

"Nós pedimos desculpas sinceras pelos danos e desapontamentos que causamos", afirmou o presidente e chefe-executivo da Hallmark, Mike Perry.

Em comunicado, a companhia afirmou que está trabalhando com o Glaad, organização não governamental de defesa dos direitos da comunidade LGBT, a fim de melhor representar essas pessoas no portfólio de suas marcas.

Fúria nas redes sociais

A decisão original de retirar as propagandas do ar despertou críticas de diversos homossexuais famosos, a exemplo do pré-candidato democrata à Presidência Pete Buttigieg e da apresentadora Ellen DeGeneres.

O governador da Califória, Gavin Newsom, e a conta americana da Netflix também criticaram a decisão.

A hashtag em defesa de um boicote ao canal foi retuitado milhares de vezes.

O programa humorístico Saturday Night Live fez uma esquete satirizando a decisão da Hallmark. "Aqui é Emily Cringle, da Hallmark, te lembrando de se manter hétero aí."

Além de canais de TV, companhia Hallmark também produz cartões festivos - Getty Images - Getty Images
Além de canais de TV, companhia Hallmark também produz cartões festivos
Imagem: Getty Images

Um Milhão de Mamães

A decisão original de retirar os anúncios do ar foi motivada por denúncias do grupo ativista conservador One Million Moms.

A organização online é ligada à American Family Association (Associação da Família Americana), adversária antiga dos direitos LGBT.

A entidade afirmou ter conversado com Bill Abbott, executivo-chefe da empresa-mãe da Hallmark, Crown Family Networks, e ouvido dele que o anúncio tinha ido ao ar por engano.

Sob pressão do grupo conservador, a Crown Media notificou Zola que quatro de seus anúncios não seriam mais veiculados, com a explicação de que a companhia "não tem permissão para aceitar peças criativas consideradas controversas".