A incrível luta de mãe para libertar preso e encontrar verdadeiro assassino de filha
A busca de uma mãe para encontrar o assassino de sua filha e o desejo de liberdade do homem que estava na prisão condenado por esse crime os levaram a uma cruzada de mais de duas décadas, com um resultado sem precedentes na história da investigação forense.
CAPÍTULO 1: O assassinato
As duas colegas bateram timidamente na porta da frente. Julia e Tawni, que trabalham em um salão de beleza no centro de Idaho Falls, nos Estados Unidos, esperavam que a amiga respondesse.
Angie Dodge tinha perdido o turno no trabalho e, depois que ela não atendeu às chamadas das amigas, elas correram para ver se ela estava bem.
O apartamento de Angie ficava no último andar de um edifício de paredes desbotadas, em uma rua tranquila da cidade. Era um dia quente de junho e o telhado que cobria a varanda da frente formava uma sombra agradável.
Ninguém respondeu, então as mulheres entraram sozinhas. Elas chamaram o nome de Angie, mas não tiveram resposta.
Dois sacos de lixo estavam em frente ao fogão e, no terraço externo, ao lado da cozinha, um cinzeiro cheio e copos plásticos mostravam que houve, ali, uma pequena reunião no dia anterior.
Elas pegaram o corredor até a sala de estar. Nada. Então foram para o quarto na parte de trás do apartamento. Foi onde encontraram o corpo dela.
Angie estava deitada no chão, com a cabeça encostada na parede, ao lado de um colchão coberto com um lençol ensanguentado. As mãos dela estavam encostadas ao lado do corpo e o tapete, embaixo, estava ensopado de sangue.
Ela foi estuprada e esfaqueada até a morte. Ela tinha um grande corte na garganta e mais de uma dúzia de perfurações no corpo. Não havia sinais de entrada forçada no apartamento, mas havia sinais de uma luta.
A polícia concluiu que Angie havia sido assassinada entre as 00h45 e as 11h15 de quinta-feira, 13 de junho de 1996. As roupas dela e roupas de cama foram levadas para exames e também coletaram amostra do DNA do assassino.
"As amostras foram muito", disse Greg Hampikian, um dos principais especialistas em DNA que trabalhou no caso. "Havia uma amostra clara de sêmen coletada diretamente do corpo da vítima. Foi uma amostra muito boa. Um perfil sem contaminação."
Isso se mostraria crucial mais tarde.
Na noite anterior, menos de 12 horas antes de ser morta, Angie havia chegado à modesta casa de um andar de sua mãe, que cumprimentou com um beijo.
Carol Dodge a abraçou. Elas tiveram uma briga, como às vezes acontecia, mas rapidamente se reconciliaram.
"Eu não a via há três semanas. Ela tinha 18 anos e queria que eu a deixasse amadurecer sozinha. Mas quando ela veio, foi como se nada tivesse acontecido. Simplesmente normal", disse Dodge.
Angie, a mais nova e única mulher de quatro filhos, compartilhava de muitas das características de sua mãe, incluindo olhos penetrantes, cabelos loiros e, de acordo com aqueles que as conheciam bem, uma maneira obstinada e direta de falar.
"Ela não suportava a tolice das pessoas. Ela era muito inteligente e uma das poucas pessoas do nosso grupo a se formar no ensino médio", disse sua melhor amiga, Jessica Martinez.
Angie havia terminado um namoro recentemente e, algumas semanas antes, tinha se mudado para seu primeiro apartamento.
"Ela me disse que era muito difícil amadurecer. Deitou a cabeça no meu ombro e balançou para frente e para trás", disse Dodge.
Angie se despediu da mãe e foi para o carro. "Ela me mandou um beijo quando estava dando ré descendo a rampa. A última coisa que me disse foi 'eu te amo'. Eu não tinha ideia do que ia acontecer", lembrou Dodge.
"Agora, interpreto (aquele momento) como um presente de Deus. Estou muito agradecida por termos sido capazes de compartilhá-lo."
Idaho Falls é uma cidade típica do oeste dos EUA, com uma população majoritariamente branca e cristã praticante.
Durante o verão, ônibus lotados de turistas atravessam a cidade a caminho do Parque Nacional de Yellowstone. O rio Snake, ladeado por duas trilhas primitivas, serpenteia pelo centro da cidade antes de continuar pela vasta planície do sul de Idaho.
Christopher Tapp estava perto do rio quando soube do assassinato. O garoto de 19 anos que abandonou a escola estava acompanhado por um grupo de adolescentes conhecido como Ratos do Rio.
Eles eram conhecidos em Idaho Falls e passavam o verão inteiro bebendo na margem do rio.
A notícia do assassinato se espalhou rapidamente e chegou ao grupo de Tapp. Eles também conheciam bem Angie: ela costumava passar um tempo no rio.
O assassinato dela os deixou com mais perguntas do que respostas. Quem poderia ter feito isso? Por que Angie? Em uma cidade pequena como Idaho Falls, onde a criminalidade era baixa e todos se conheciam pelo nome, o assassinato de uma adolescente era inédito.
Mas, para Tapp, o assassinato era simplesmente mais um tópico de conversa durante um verão. "Eu sei que isso pode parecer ruim, mas é uma daquelas coisas que simplesmente aconteceu", disse ele, que na época estava sem emprego.
Mas foi naquele dia, ele conta, que "tudo começou".
O Departamento de Polícia de Idaho Falls seguia a tese de que mais de uma pessoa estava ligada ao assassinato de Angie Dodge.
Eles coletaram amostras de DNA de dezenas de homens, incluindo os Ratos do Rio, mas nenhum coincidiu.
O departamento, que não estava acostumado a investigar assassinatos tão complexos e notórios, parecia sobrecarregado com o caso.
Seis meses após o assassinato de Angie, eles ainda não tinham pistas claras e a frustração começava a aumentar.
"Isso faz você pensar no que eles estão fazendo, se estão fazendo algo a respeito", disse Carol Dodge ao jornal Idaho Statesman, na época.
"Eles simplesmente não são qualificados. O que podemos fazer? Para onde vamos? Não consigo imaginar o que podemos fazer", lamentou.
Mas logo teve uma ideia. Dodge distribuiu milhares de folhetos oferecendo uma recompensa de US$ 5 mil (o que hoje equivale a mais de R$ 25 mil) em troca de pistas.
Sem resultado, ela começou a caminhar pelas ruas da cidade até tarde da noite e perguntar a quem estivesse disposto a ouvi-la se eles tinham informações sobre a morte de sua filha.
Dodge costumava ir à delegacia sem aviso prévio para exigir saber o que o departamento estava fazendo para encontrar o assassino.
Isso nem sempre era bem-vindo. A porta dos fundos do prédio foi renomeada pela polícia como "porta da Carol", devido à frequência de suas aparições.
"Eu ia diretamente para onde os detetives estavam, com os pés nas mesas, e perguntava a eles com quem haviam conversado e quando resolveriam o caso", lembra. "Eu dizia que sairia de noite em busca de respostas e eles riam de mim. Eles me chamavam de mãe louca de luto", acrescentou.
A família de Angie estava frustrada e queria respostas. A imprensa também criticava o departamento de polícia. Meses se passaram até que um homem foi envolvido na investigação.
CAPÍTULO 2: Confissão
Em janeiro de 1997, sete meses após o assassinato de Angie, o melhor amigo de Christopher Tapp, Benjamin Hobbs, foi preso por estuprar uma mulher e ameaçá-la com uma faca em Nevada, Estado vizinho.
Os investigadores avaliaram que o crime era semelhante ao assassinato de Angie. Hobbs, que era de Idaho Falls e a conhecia bem, tornou-se o principal suspeito.
A polícia convocou Tapp para um interrogatório.
"Eu disse imediatamente: 'Não sei de nada. Não posso ajudá-los. Não faço ideia do que estão falando'", disse Tapp. Ele afirmou que estava com uma garota na noite em que Angie foi morta.
Mas os detetives, que a princípio só queriam perguntar a ele sobre Hobbs, começaram a acreditar que os dois homens estavam ligados ao assassinato.
Eles queriam saber se Tapp tinha informações que poderiam implicar seu amigo, apesar de Tapp continuar negando qualquer conhecimento do crime.
Tapp confiou nos policiais - um deles trabalhava na escola em que Tapp estudou - e continuou a cooperar.
Ao longo de três semanas, ele foi interrogado nove vezes e passou por sete testes de detectores de mentiras. Seus advogados mais tarde alegaram que ele passou mais de 100 horas sob intenso interrogatório policial.
Os vídeos desses interrogatórios mostram um Tapp exausto, com o rosto nas mãos, chorando e quase incapaz de falar.
"Estava acabado. Não há outra maneira de explicar isso. Eu estava acabado, confuso e assustado. Tudo que eu queria fazer era me afastar deles", disse Tapp anos depois.
Os detetives lhe ofereceram imunidade total - o que significa que ele não iria para a prisão - desde que dissesse a verdade.
Quando ele continuou a negar qualquer conhecimento sobre o crime, um especialista em polígrafo disse que Tapp estava falhando nos testes de detecção de mentiras. "A máquina nunca mente", disse o especialista.
Ele disse aos investigadores o que achava que eles queriam ouvir. Ele disse que Hobbs havia assassinado Dodge.
Após mais testes de detecção de mentiras e interrogatórios, e depois que um detetive o ameaçou com "câmara de gás", ele disse que estava no apartamento com Hobbs quando Angie morreu. Ele contou seis histórias diferentes.
"Eu apenas dei a eles todas as informações que eles queriam, porque pensei que me tirariam da situação", disse Tapp.
Mas havia um problema. Os testes de DNA de Tapp e Hobbs voltaram negativos - não foi o sêmen que encontraram na cena do crime.
Os detetives, agora na defensiva, sugeriram que um terceiro homem estivesse envolvido. Tapp implicou outro amigo, chamado Jeremy Sargir, mas seu teste de DNA também foi negativo.
Os detetives argumentaram que Tapp havia mentido e anularam completamente sua oferta de imunidade.
Durante um teste de polígrafo realizado em 30 de janeiro de 1997, Tapp negou em oito ocasiões que tivesse esfaqueado Angie Dodge.
A polícia disse que ele enfrentaria a pena de morte, mas que poderia receber uma sentença menos severa se confessasse que temia por sua vida durante o ataque.
Eles disseram que ele tinha que admitir isso, se quisesse salvar sua vida.
Trecho da transcrição do interrogatório
Detetive: Se você foi forçado a fazê-lo por medo de perder a própria vida, essa é uma história diferente. Poderíamos escolher um caso diferente, em vez de vida ou morte.
Sou policial, não deveria estar dizendo isso, mas me sinto próximo de você. Você tem que salvar sua vida, ponto final. Você foi forçado a fazer algo que não queria. Salve sua pele.
Tapp: Ok.
Detetive: Ben Hobbs forçou você a cortar Angie Dodge no seio direito com uma faca ou ele disse que iria matá-lo?
Tapp: Sim.
Após essa aparente confissão, Tapp perguntou como tinha sido seu desempenho e o detetive apertou sua mão.
Mais tarde, Hobbs e Sargis foram libertados, mas Tapp, para sua surpresa e apesar do fato de não haver evidências físicas que o ligassem à cena do crime, foi acusado de assassinato e estupro.
"Tentei me salvar e o que fiz foi cavar cada vez mais o buraco", disse ele. "Então eles me acusaram. Isso partiu meu coração. Eu sabia que poderia muito bem ser o fim."
O julgamento começou em maio de 1998.
Tapp manteve sua inocência durante todo o processo. Disse que sua confissão foi forçada e que seu teste de DNA provou que ele não era o assassino.
"O mais difícil foi ver minha mãe sentada lá, enquanto as pessoas olhavam para mim como se eu fosse um monstro", disse ele.
"Todo mundo estava vendo as notícias", disse Vicki Smith, oficial de justiça que acompanhou o julgamento.
"Mas eu estava observando Chris e seu comportamento, e para o advogado dele, e senti que as coisas não pareciam normais", acrescentou.
A defesa argumentou que a confissão deveria ser descartada como prova.
Além da confissão, a polícia apresentou o testemunho de uma jovem chamada Destiny Osborne, que alegou ter ouvido Tapp falando sobre o assassinato em uma festa. Mais tarde, ela voltou atrás no testemunho e alegou que a polícia a pressionara a testemunhar.
O júri levou pouco mais de 13 horas para considerar Tapp culpado de assassinato em primeiro grau, estupro e uso de uma arma letal durante a execução de um crime.
Quando o veredito unânime foi lido, Tapp desabou na cadeira e apertou a cabeça.
"Havia uma foto enorme de mim nos jornais, onde você pode ver as lágrimas nos meus olhos. Foi doloroso saber que eu estava preso e que possivelmente seria o fim da minha vida", disse ele.
Tapp foi condenado à prisão perpétua. "Uma coisa que eu nunca menciono é o fato de que eles pediram a pena de morte. Eles realmente pediram para me matar", disse ele.
Após o veredito, Vicki Smith escoltou o júri para fora do tribunal. "Dois deles caíram no chão chorando e soluçando", lembrou.
"Acho que o rosto de Chris, o fato de ele estar chorando, o fato de ser tão jovem, era demais para eles. Acho que eles não queriam considerá-lo culpado, mas não houve nada no julgamento que provasse sua inocência", disse ele.
Carol Dodge, a mãe da vítima, ficou olhando Tapp o tempo todo.
Depois do veredito, ela saiu, levantou os braços no ar, frustrada, ao passar por uma fileira de câmeras e jornalistas.
Afinal, não havia evidências físicas ligando Tapp à cena do crime, e seu DNA não correspondia ao encontrado no corpo de sua filha.
"Acreditei nos investigadores quando me disseram que havia outra pessoa que deixou o DNA", disse ela. "Eu estava tão brava com Chris por não ter delatado essa pessoa. Eu não conseguia entender por que ele não apenas nos deu o nome."
"Antes do julgamento, escrevi uma carta para ele na prisão e disse: 'Chris, não sei por que você não dá o nome dessa outra pessoa'", lembrou.
Quase dois anos após o assassinato de Angie Dodge, Tapp foi enviado para a prisão e o caso esfriou.
Carol Dodge, porém, estava decidida a descobrir quem havia deixado seu DNA na cena do crime. "Eu não ia esquecer. Estava determinada a encontrar justiça para minha filha", disse ela.
CAPÍTULO 3: A missão de uma mãe
Os primeiros esforços de Dodge para encontrar a outra pessoa envolvida no assassinato de Angie não deram em nada.
Enquanto isso, Tapp passou anos em uma prisão de segurança máxima, com pouca esperança de sair.
Seus advogados entraram com vários recursos com base em diferentes aspectos do julgamento, mas nenhum teve êxito.
O caso ficou congelado: Dodge estava desesperada para descobrir de quem era o DNA e Tapp estava desesperado para sair da prisão. Nenhum dos resultados parecia provável.
Em 2009, mais de uma década após a morte de Angie, o DNA do assassino foi incluído no banco de dados nacional de crimes, mas ainda não havia correspondência.
Alguns anos depois, Dodge recebeu um computador de presente de Natal. Não havia dúvida de que iria usá-lo. "Eu estava sempre procurando maneiras de solucionar o assassinato da minha filha", disse ela.
Ele encontrou uma empresa na Flórida que podia identificar a raça da amostra de DNA e a polícia concordou em fazer o teste. O resultado constatou que a pessoa desconhecida era 85% caucasiana. "Isso descartou muitas pistas", explicou.
Mas não foi suficiente. Dodge sabia que tinha que chamar a atenção de especialistas famosos.
"Eu sabia que algo estava errado, então comecei a estudar sobre DNA. Passei horas e horas, às vezes noites inteiras, pesquisando."
Eventualmente, ela chegou a Greg Hampikian, um dos principais especialistas em DNA forense do país. Ele tinha fundado o Idaho Innocence Project, dedicado a corrigir e prevenir condenações errôneas.
Hampikian já estava familiarizado com o caso. Tapp escrevera para o Idaho Innocence Project da prisão anos antes, implorando que investigassem sua condenação.
"Eu não matei ou machuquei ninguém e nunca estuprei ninguém. Por favor, investigue meu caso. Eu realmente preciso de alguém para me ajudar a me libertar", dizia a carta.
"Pedi a uma estagiária para ouvir as gravações dos interrogatórios", disse Hampikian. "Ela me ligou, quase chorando de emoção, e disse: 'Esse cara é inocente. Eles ditavam tudo para ele.' Então, aceitamos o caso."
E essa acabou sendo a primeira vez que a família de uma vítima trabalhou com uma organização dedicada a provar inocência de um condenado nos Estados Unidos.
Nesse meio tempo, houve grandes avanços na tecnologia de DNA. Com a ajuda de Hampikian, Dodge forçou o Departamento de Polícia de Idaho Falls a tentar o chamado teste de DNA da família.
Isso envolvia pesquisar no banco de dados de presos em Idaho por qualquer pessoa que tivesse vínculo sanguíneo com o assassino de Angie.
Após dois anos de discussões legais, o Estado recusou o acesso ao banco de dados criminal para esse tipo de evidência.
Hampikian sugeriu, então, que os dados da amostra da cena do crime fossem carregados em bancos de dados públicos, como os pertencentes a empresas que buscam ancestrais.
O apoio da polícia nisso foi crucial. Mas, a princípio, isso acabou sendo outra fonte de frustração.
Um banco de dados levou a um suspeito: um cineasta de Nova Orleans, que esteve em Idaho Falls em 1996 e até filmou um curta sobre o assassinato violento de uma jovem. Mas os testes de DNA foram negativos.
Mesmo assim, os investigadores de Idaho Falls não estavam dispostos a desistir desse novo método.
Enquanto isso, Carol Dodge passava por um dilema. Ela estava desesperada para encontrar DNA que correspondesse ao da cena do crime, mas não estava pronta para aceitar a inocência de Tapp.
"Por muitos anos, pensei que Chris tivesse participado da morte de Angie", reconheceu. "Eles me convenceram de que ele não agira sozinho. Mas mudei de ideia depois de me sentar para ouvir as gravações da confissão."
Um jornal local, The Post Register, obteve as fitas e as compartilhou com Dodge. Foram mais de 25 horas de gravação, todas em fitas VHS, com baixa qualidade de som.
"Eu fiquei com essas fitas por anos até finalmente sentar para vê-las. Mas quando o fiz, fiquei indignada com a polícia porque eles perguntavam algo a Chris e eles mesmos respondiam por ele."
Ao assistir às gravações, Dodge passou a ter dúvidas de que Tapp havia matado sua filha. Ela entrou em contato com especialistas em confissões falsas para entender o que tinha visto.
Entre eles, estava Michael Heavey, um juiz aposentado que fundou Judges for Justice (Juízes pela Justiça), organização que trabalha para derrubar condenações errôneas. "Ele passou centenas de horas revisando as fitas e me dando uma perspectiva", disse Dodge.
Heavey estava convencido de que Chris Tapp era inocente. Ele levou mais de dois anos para provar que a confissão havia sido forçada.
"Vi que era óbvio que esse cara não sabia de nada. Chris contou seis histórias diferentes, de dizer que ele não estava lá a confessar que a havia esfaqueado. Pensei: 'Por que ele está constantemente mudando a história?'", disse Heavey.
Heavey notou várias irregularidades no interrogatório policial e concluiu que Tapp havia sido enganado - e até passado por lavagem cerebral - para dar falso testemunho.
"Eles o manipularam para que acreditasse que o polígrafo era um instrumento científico que sabe tudo, que estava lendo seu subconsciente e lhe dizendo que ele era o assassino de Angie Dodge."
"Chegaram a manipulá-lo para acreditar que ele estava escondendo memórias de ter estado no local do crime", disse Heavey.
Em uma ocasião, um policial sugere que ele pode ter apagado as memórias devido ao trauma.
"Aqui há lavagem cerebral e manipulação em larga escala", disse Heavey. "É uma coisa horrível."
A BBC pediu a uma especialista independente a revisão de algumas das gravações do interrogatório de Tapp. A professora Allison Redlich, da Universidade George Mason, na Virgínia, concordou com muitas das questões levantadas por Heavy e outro.
"Foi muito coercitivo e realmente inconstitucional quando o ameaçaram com a pena de morte durante um teste de polígrafo", disse a especialista.
Redlich também chamou a atenção para a quantidade de tempo que Tapp passou sob interrogatório como fator de risco.
"Longos interrogatórios podem resultar em alguém inocente confessando falsamente, porque a determinação de uma pessoa enfraquece com o tempo", acrescentou. "Percebi que a polícia também forneceu detalhes do crime a Chris e fez perguntas complicadas", disse Redlich.
"Eles mostraram fotos da cena do crime, supostamente para estimular sua memória, e isso absolutamente não deveria ter sido feito. Você pode ver como ele começa a duvidar de suas próprias memórias", acrescentou.
O atual chefe de polícia de Idaho Falls, Bryce Johnson, reconheceu os erros cometidos no interrogatório de Tapp, mas diz que os métodos da instituição mudaram desde 1996.
"Algo claramente falhou aqui, mas as coisas são muito diferentes em termos do que está acontecendo hoje", disse.
Ele também apontou um erro por parte do advogado original de Tapp.
"Não acho que um advogado de defesa possa permitir que seu cliente fique sentado desse jeito com a polícia hoje em dia. Acho que isso não aconteceria", afirmou.
Vendo as gravações, Dodge passou a duvidar que Tapp tivesse assassinado a filha - mas sem ter certeza. Então, durante um jantar, Heavey recebeu uma ligação de Tapp e ela pegou o telefone.
"Levei o telefone para fora e comecei a gritar com Chris."
"Eu disse: 'Olha, seu filho da mãe, você estava lá ou não. Largue seus malditos jogos. Se você estava lá, por Deus, você vai morrer se não me der o nome de quem estava com você. E se você não estava lá, seria melhor você começar a gritar que não estava lá", disse.
Tapp disse que não estava. "Acho que foi quando tudo mudou", disse.
Em passo audacioso, Dodge disse publicamente que acreditava que Tapp, que já estava preso havia quase duas décadas pelo assassinato de sua filha, era inocente.
"É como um filme. Imagine que você está no cinema pensando: 'Por Deus, o que vai acontecer agora? O que está fazendo? Isso é loucura."
CAPÍTULO 4: Liberação
Após os esforços de Carol Dodge para reunir especialistas e manter a história no noticiário, em 2016 já havia um coro de críticas contra a condenação de Tapp.
Em maio daquele ano, seus advogados entraram com um recurso, alegando que a confissão de Tapp resultara de coerção da polícia e que vídeos de testes de polígrafos tinham sido excluídos do julgamento original.
Eles esperavam que novas amostras de DNA colhidas das mãos de Angie provassem que ele não era o assassino.
A equipe, liderada por John Thomas, acreditava ter um argumento forte. Mas o recurso foi suspenso quando Thomas recebeu uma ligação surpresa.
Sob crescente pressão de Carol Dodge, dos advogados e da comunidade de Idaho Falls, e diante da perspectiva de um longo processo de apelação, o promotor Daniel Clark ofereceu um acordo para libertar Tapp.
Ele seria libertado, mas sua sentença permaneceria em seu registro e ele ficaria pelo menos 10 anos em liberdade condicional.
Tapp rejeitou o acordo porque queria provar sua inocência no tribunal e limpar seu nome. "Foi um ato de coragem", disse John Thomas.
Mas Thomas convenceu o promotor a concordar com outro acordo: Tapp seria libertado da acusação de estupro, permaneceria sob a acusação de assassinato e seria libertado depois de passar 20 anos na prisão. E, se a polícia encontrasse o verdadeiro assassino, Tapp seria completamente exonerado.
Tapp concordou com o acordo.
Em 22 de março de 2017, Tapp foi levado ao tribunal.
Ali, Carol Dodge aguardava, emocionada, a chegada de Tapp - que usava uma camisa branca abotoada e calça preta que sua mãe havia comprado para ele. "Vá em frente sem amargura ou coração endurecido", disse a ele. "A partir de agora, está em suas mãos - o caminho que você escolher."
Após uma declaração do juiz, Tapp estava livre.
Na saída, foi cercado pela imprensa. "Todo mundo me perguntou como era e estava pronto", lembrou Tapp. "Mas a verdade é que eu estava pronto desde 1997".
Dezenas de pessoas esperavam do lado de fora. Tapp, que pareceu surpreso com os aplausos, fez uma breve declaração sobre as etapas do tribunal.
"Quero provar a todos que posso ser alguém e fazer algo certo", disse ele. "Agradeço todo o tempo e energia que Carol me deu para me ajudar a chegar aqui."
Passou mais de uma hora abraçando e conversando com seus apoiadores. Sua mãe, Vera, sugeriu levá-lo para comer pizza. Tapp disse que queria um bife. Uma tropa de jornalistas os seguiu até o restaurante.
"Foi realmente humilhante", disse ele. "Eles seguraram suas câmeras esperando que comesse, mas na prisão não dão utensílios de metal. Eu tive que aprender a cortar minha comida na frente de uma câmera!"
Ele disse que "o mundo mudou". "Os telefones celulares dominavam o mundo e não havia mais contato físico entre as pessoas. Isso me incomodou quando cheguei em casa no início. Além disso, na minha cabeça, eu ainda tinha 20 anos, mas todos os meus amigos tinham filhos, hipotecas, contas bancárias, e carro para pagar. Eles tinham vidas reais", acrescentou.
Apesar disso, Tapp estava feliz por estar livre. Mas ele ainda era um assassino condenado, e o condado estava determinado a enfatizar que ele não havia sido exonerado.
"Não há evidências suficientes para provar que Tapp é inocente", disse o promotor Daniel Clark na época.
No entanto, Carol Dodge estava empenhada em encontrar essa evidência. "Sem encontrar o assassino da minha filha e a pessoa com o DNA correspondente", disse ela, "como poderíamos provar que Chris não estava lá?"
CAPÍTULO 5: A caçada
Em 2017, o Departamento de Polícia de Idaho Falls passou a ter um novo chefe, Bryce Johnson.
A equipe de investigação também foi renovada e um dos policiais que tinha sido era novato na época do assassinato de Angie Dodge fora nomeado capitão.
"Logo após chegar lá, Carol Dodge entrou em contato comigo", disse Johnson. "Apareceu e conversamos algumas vezes. Ela me abraçou, disse que me amava e pensei: 'Sou policial americano, não me toque!'", brincou.
"Mas percebi que ela era sincera. Estava claro que ela amava Angie e que essa história dominava sua vida havia décadas", explicou. "Carol fez todos nós querermos fazer o nosso melhor para Angie. Ela teve uma enorme influência sobre nós."
O departamento se dedicou a encontrar o dono da amostra de DNA. A nova tecnologia, genealogia genética, estava ganhando força nos EUA. Ela fora usada para capturar o suspeito no caso do Golden State Killer, na Califórnia, que resultou na prisão de um homem suspeito por 12 assassinatos e 45 estupros.
O método envolve comparar as evidências de DNA encontradas na cena do crime com o DNA de pessoas que submetem seu DNA a sites comerciais de genealogia, como o Ancestry.com.
O departamento concentrou sua investigação em genealogia genética.
No final de 2018, a polícia fez uma parceria com CeCe More, uma especialista em DNA que frequentemente aparecia em programas de televisão.
Moore era um dos rostos mais conhecidos da genealogia genética. Ela havia resolvido casos negligenciados em todo o país, mas rejeitou o caso Dodge por medo de que as amostras de DNA estivessem fortemente degradadas.
"Mas Carol entrou em contato comigo", disse More. "E me implorou para tentar o meu melhor para encontrar o assassino da filha. Senti uma tremenda pressão. Não queria decepcioná-la."
Em 2018, Moore inseriu o DNA em um banco de dados chamado GEDmatch, que permite que usuários de sites como o Ancestry.com comparem seus resultados com os de outros. Apesar de suas preocupações com a qualidade da amostra, valeu a pena. Ela começou a construir redes genéticas, o que lhe permitiu ver quem compartilhava o DNA com o suspeito desconhecido. Essas correspondências poderiam ser rastreadas até um casal ancestral comum.
Essa árvore genealógica poderia, em teoria, levar Moore a encontrar o assassino de Angie.
Moore logo estabeleceu que o suspeito tinha que ser neto ou bisneto de um homem chamado Clarence Ussery.
Com base em certidões de nascimento e obituários, ela mapeou todos os seus descendentes que poderiam ter a idade correta no momento da morte de Angie, em 1996.
Ela reduziu a lista para seis homens - um dos quais morava em Idaho.
Ele deu o nome ao Departamento de Polícia de Idaho Falls, que precisava obter uma amostra de DNA dele. Eles seguiram o suspeito por dias.
"Eu disse a Carol que as coisas estavam boas e poderíamos encontrar o assassino", disse Moore. "Eu disse: 'Vou fazer isso, Carol, finalmente vou encontrar esse cara e você finalmente terá justiça e respostas."
Mas teriam que esperar, pois as amostras acabaram não batendo com o suspeito, nem com os outros cinco homens que Moore tinha em sua lista.
"Eu tinha tanta certeza de que devia estar na família", disse Moore. "Foi devastador. Eu tinha colidido com um muro. Parecia que a genealogia genética me levara pelo caminho errado pela primeira vez na minha carreira".
As más notícias foram um duro golpe para Dodge. "Acordei às três da manhã, tomei uma Coca-Cola, sentei-me à mesa da cozinha e comecei a chorar. Eu disse: 'Angie, me perdoe. Estou cansada e não sei para onde ir.' Eu literalmente senti que ela estava me vendo e dizendo: 'Mãe, você está quase lá. Você chegou até aqui. Você não pode parar agora'."
Moore voltou para a árvore genealógica que montara e a analisou para ver o que poderia ter perdido.
"Algo que sempre me incomodou foi um casamento muito jovem na família", disse. "Eles haviam se separado e não havia filhos registrados. Mas não conseguia rastrear a mulher e não sabia o que havia acontecido com ela".
"Eu queria me certificar de que não havia uma criança nascida naquele casamento que tivesse ido com ela. Eu sabia que havia uma chance de essa criança ter sido criada por outro homem", explicou ela.
Eles encontraram o que procuravam em uma pequena biblioteca no Estado do Missouri.
Moore recebeu uma ligação de uma assistente dizendo que havia encontrado um obituário da mulher. E ainda contou que a mulher, que tinha adotado o sobrenome de Dripps, também tivera um filho e um neto.
"Investigamos o neto e descobrimos que ele havia sido criado sob o sobrenome do padrasto", revelou Moore. "A mãe o levara consigo e ele nunca mais teve contato com a família original"
"Descobrimos que ele não apenas havia morado em Idaho Falls, como também morava lá em 1996".
"Comecei a chorar", disse Moore. "Eu estava em um avião tentando não fazer um espetáculo. Só conseguia pensar no que isso significaria para Carol."
Moore fez uma videoconferência com o detetive em Idaho Falls e explicou que tinha um novo nome: Brian Leigh Dripps Sr.
"Fiquei sem palavras, emocionada, por um minuto e comecei a chorar", lembrou ela. "Nós queríamos tanto isso para Carol. Foi quando meu trabalho terminou e o deles começou.".
A polícia foi atrás do novo suspeito. Eles descobriram que Dripps havia sido entrevistado como parte de uma investigação no bairro apenas cinco dias após o assassinato de Angie em 1996.
Não apenas isso, mas o recibo de uma antiga loja de penhores e contas de serviços públicos mostrava que ele morava em frente a ela na época.
"Estava bem claro que essa poderia ser a pessoa que procurávamos", disse Johnson. "A investigação subiu de intensidade."
Em maio de 2019, uma extensa operação policial foi lançada para obter amostras de DNA. Dripps morava em Calldwell, cerca de cinco horas de carro, do outro lado de Idaho.
Na primeira hora em que a polícia o observava, ele jogou uma bituca de cigarro pela janela do carro. Um policial correu para buscá-la, mas ela se perdeu entre outras.
A polícia teve que monitorá-lo por mais 24 horas até que eles tivesse uma segunda chance.
Na tarde de 10 de maio, os detetives viram Dripps atirar outra bituca pela janela do carro. Assim que ele foi embora, um detetive disfarçado correu para buscá-la.
Os outros policiais em roupas civis pararam o trânsito para impedir que pisassem na bituca ou atropelassem o detetive. Eles a recuperaram e imediatamente enviaram para análise.
"Conversamos com o Laboratório Estadual de Idaho e eles entenderam a importância desse caso para a comunidade", disse Johnson. "Eles conheciam Carol e queriam obter os melhores resultados para ela".
O laboratório permaneceu aberto até altas horas da noite e a equipe trabalhou no fim de semana para extrair o DNA e compará-lo com o sêmen e os cabelos deixados na cena do crime.
Após mais de duas décadas e 100 amostras de DNA, os testes voltaram positivos. O DNA de Dripps combinava com a amostra da cena do crime.
"Ficamos muito felizes com isso", lembrou Johnson. "Mas ainda não começamos a festa."
O departamento coordenou a operação para prender Dripps em Caldwell. Eles sabiam que ele ia a um supermercado todos os dias por volta do meio-dia - o plano era prendê-lo quando ele saísse de casa.
"Mas, em vez de virar à esquerda, ele virou à direita", disse Johnson. "Dirigimos por uma eternidade e nos perguntamos se ele havia notado que o estávamos seguindo."
Finalmente, Dripps entrou em um banco e os detetives o detiveram na saída. Ele concordou em responder a algumas perguntas e, após uma entrevista que durou mais de cinco horas, e depois que as evidências de DNA lhe foram apresentadas, ele perguntou se poderia fumar um cigarro.
"Tenho certeza de que vão querer gravar isso", disse ele, de acordo com um dos detetives que o interrogou.
Dripps confessou ter estuprado e assassinado Angie Dodge e disse que ele agiu sozinho.
"Eles me pegaram com o DNA", disse ele à polícia.
Ele foi indiciado na mesma noite e, se condenado, pode enfrentar a pena de morte. Seu julgamento está marcado para junho de 2021 e, apesar da confissão, ele se declarou inocente.
CAPÍTULO 6: Justiça
Estava ficando tarde quando o chefe de polícia Bryce Johnson retornou a Idaho Falls. Sabia que ainda tinha um trabalho importante a fazer e que o primeiro passo era falar com Carol Dodge.
"Eu disse a ela que tínhamos um resultado positivo de DNA e que a pessoa estava presa", disse ele.
Mas ele não disse o nome até a manhã seguinte, pouco antes de uma entrevista coletiva sobre a prisão. Dezenas de membros da família Dodge, bem como CeCe Moore e outros especialistas que haviam trabalhado no caso, se reuniram para ouvir as notícias.
"Eu esperava cinco ou seis pessoas, mas todo mundo estava lá. Não podíamos acomodar todos no local. Carol tinha falado com tantas pessoas ao longo dos anos e elas faziam parte dessa história."
Então ele disse a ela.
"Johnson disse que o novo suspeito era Brian Leigh Dripps Sr. e eu levei um susto", disse Carol."Eu disse: 'Brian Dripps? Você deve estar fazendo uma piada de mau gosto comigo. Eu implorei para que pegassem seu DNA na época e eles me disseram para deixá-los fazer seu trabalho. Ainda estou brava com isso. Estou chateada com o que eles fizeram comigo, quando poderiam ter resolvido esse caso há 23 anos. Estou com raiva dos dois policiais que nem sequer escreveram um relatório de campo quando conversaram com ele", acrescentou.
"Ele esteve lá o tempo todo", disse Dodge, que começou a chorar.
"Fiquei sentada na frente da casa dele por horas. Logo depois de enterrar Angie, dirigi até o apartamento dela apenas para sentar e olhar a janela do quarto. E eu estava sentada na frente da casa dela. Estava tão perto, mas tão longe", acrescentou.
As novas evidências levaram à defesa de Tapp a pedir exoneração completa.
Ele ainda tinha uma condenação por assassinato e seu advogado John Thomas queria que ela fosse retirada. Uma moção para acabar com todas as acusações foi finalmente concedida em julho de 2019, e Tapp, que passou mais da metade de sua vida na prisão, foi finalmente considerado inocente por um juiz.
Vestindo camisetas estampadas que diziam "Nós avisamos!" e "Inocente", os amigos e apoiadores de Tapp aplaudiram no tribunal quando a notícia foi divulgada.
Tapp começou a chorar e sua mãe, Vera, beijou-o na cabeça. Enquanto isso, Carol Dodge enxugou as lágrimas dos olhos quando o homem que certa vez acreditou ter matado a filha celebrou sua inocência.
"Consegui dizer à minha mãe que meu nome está limpo. Essa foi a coisa mais importante para mim neste mundo", disse Tapp.
"Sou muito grato pelo que todos fizeram por mim. Mas Carol foi como uma segunda mãe. Se não fosse pela perseverança de Carol, nada disso teria acontecido comigo. Estou muito grato a ela", acrescentou.
Os dois se abraçaram após declaração de inocência de Tapp. "Fiquei muito, muito feliz por Chris. Pude ver que sua mãe finalmente conseguiu seu filho de volta", disse Dodge.
Quando refletiu sobre a jornada até aquele momento, Dodge fez uma pausa e soltou um suspiro profundo. Sua voz ficou mais forte.
"Minha luta era encontrar justiça para minha filha. A cada passo que eu dei, alguém tentava levantar uma barricada ou um obstáculo. Em todos os lugares que alguém me disse 'você não pode fazer isso', eu falei: afaste-se e me veja fazer", disse.
Christopher Tapp planeja processar a cidade de Idaho Falls. Sua história inspirou uma nova lei que visa garantir que as pessoas que foram condenadas indevidamente em Idaho sejam compensadas de forma justa pelo Estado.
Carol Dodge iniciou um projeto de captação de recursos chamado "5 for Hope", que busca recursos para resolver casos criminais não solucionados nos Estados Unidos. É um grande desafio: entre 1980 e 2008, estima-se que houve 185 mil casos de homicídio que permanecem sem solução.
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