O que se sabe sobre ataque extremista a bar LGBTQIA+ na Noruega
Um homem de 42 anos foi preso e acusado de homicídio, tentativa de homicídio e atos terroristas após um tiroteio no centro da capital da Noruega, Oslo.
Duas pessoas morreram e 21 ficaram feridas, 10 delas em estado grave, em um bairro de vida noturna agitada na madrugada de sábado, no horário local. A polícia disse que considera o ataque um ato de terrorismo islâmico.
As vítimas foram baleadas dentro e fora do London Pub, um popular bar LGBTQ+, e perto do clube de jazz Herr Nilsen e de outro pub.
O tiroteio começou por volta da 1h15 no horário local (20h15 de sexta-feira, no horário de Brasília), disseram autoridades.
Testemunhas afirmaram que o suspeito tirou uma arma de sua bolsa e começou a disparar, forçando pessoas a se jogarem no chão ou a fugirem.
O atirador foi preso minutos depois. Duas armas foram apreendidas na cena do crime, sendo uma delas automática.
As autoridades disseram mais tarde que o suspeito é um cidadão norueguês.
O nível de alerta terrorista na Noruega agora foi elevado ao seu patamar mais alto, embora o serviço de inteligência do país tenha dito que "não há indicação" de que outros ataques sejam prováveis.
A Parada do Orgulho LGBTQ+ anual de Oslo deveria ser realizada no sábado e foi formalmente cancelada por recomendação da polícia.
Mas, apesar disso, centenas de pessoas marcharam no final do dia, gritando: "Estamos aqui, somos queer, não vamos desaparecer!".
"Acho fantástico que esta marcha esteja acontecendo, caso contrário ele teria vencido", disse uma mulher de 50 anos à agência de notícias AFP.
Bandeiras de arco-íris e flores foram colocadas perto do local do ataque, enquanto os presentes se confortaram com abraços.
O atirador era conhecido pelos serviços de segurança desde 2015 como um "suspeito de ser um islamista radicalizado" e tinha um histórico de doença mental, disse o serviço de inteligência da Noruega.
"Há razões para pensar que pode ser um crime de ódio", disse a polícia. "Estamos investigando se o evento era um alvo em si ou se há outros motivos."
O rei Harald, monarca da Noruega, disse que ele e sua família ficaram "horrorizados" com a violência. Ele afirmou que "devemos estar juntos" para defender "liberdade, diversidade e respeito um pelo outro".
O primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Stoere, chamou de "ataque terrível e profundamente chocante contra pessoas inocentes".
"Para todos os homossexuais que agora estão com medo e de luto, digo que estamos todos com vocês", disse ele no Facebook.
Nos Estados Unidos, a Casa Branca disse estar horrorizada com o ataque, expressando solidariedade à Noruega, segundo a agência de notícias Reuters.
Testemunhas que estavam no London Pub contaram como fugiram para o porão, onde 80 a 100 pessoas aterrorizadas tentavam se esconder.
Bili Blum-Jansen disse à TV2: "Muitos ligaram para seus parceiros e familiares, parecia quase como se estivessem se despedindo. Outros ajudaram a acalmar aqueles que estavam extremamente aterrorizados".
"Vi um homem chegar com uma bolsa, ele pegou uma arma e começou a atirar", disse o jornalista Olav Roenneberg, da emissora pública NRK, que estava na área.
Uma mulher disse ao jornal Verdens Gang que o atirador mirou cuidadosamente em seus alvos. "Quando entendi que era sério, corri. Havia um homem coberto de sangue imóvel no chão", disse ela.
Outro homem disse ao jornal que tinha visto muitas pessoas no chão com feridas na cabeça.
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