Empresas competem para criar o sutiã esportivo perfeito
O mais novo sutiã esportivo da Nike é uma maravilha da engenharia. Empregando a tecnologia Flyknit, normalmente reservada aos tênis, esse top é feito com apenas duas peças de tecido - outros sutiãs da Nike chegam a ter 41 partes distintas - e prometem um suporte firme em campo ou na academia.
Os pesquisadores precisaram de mais de 600 horas de testes biométricos, registrando movimentos em câmeras e criando mapas corporais, para desenvolver a mais nova arma na batalha para conquistar as mulheres.
A corrida armamentista dos sutiãs esportivos foi deflagrada entre as fabricantes de roupas de ginástica. Em maio, a Lululemon Athletica lançou um novo modelo de alças cruzadas chamado Enlite, com taças embutidas e elástico inferior integrado, feito com um tecido mais parecido com o usado nas calças de ioga da marca, que absorvem a transpiração, do que com o de um sutiã tradicional.
No ano passado, a Victoria's Secret lançou a linha atlética elastizada Victoria Sport. Startups como Knix Wear e OMsignal também entraram em campo, oferecendo alternativas às grandes marcas dominantes.
Os sutiãs esportivos, como categoria de vestuário, cresceram mais de 20% em relação ao ano anterior, para cerca de US$ 3,5 bilhões nos EUA em 2016, de acordo com dados da A.T. Kearney. Ao mesmo tempo, as pessoas estão comprando menos sutiãs com bojo tradicionais, então as fabricantes precisaram entrar em ação para se adaptar.
As jovens são especialmente adeptas aos sutiãs esportivos. Uma pesquisa realizada em 2015 pela empresa de pesquisa de consumo NPD Group mostrou que 41% das jovens havia usado um sutiã esportivo na semana anterior, sendo que essa proporção foi de apenas 21% entre as mulheres mais velhas.
Hoje em dia, os sutiãs têm taças e níveis de compressão específicos para as distintas atividades - tudo na tentativa de reagir ao modo em que o corpo feminino se movimenta durante as atividades físicas. Novos tecidos oferecem características como absorção de transpiração, ventilação e controle de odor. A grande pergunta é se os empenhos para tornar os sutiãs mais confortáveis são de fato inovadores ou se são só mais uma jogada de marketing.
"Não se vê muitas inovações revolucionárias por causa das especificações técnicas e do fato de que o sutiã realmente precisa ter um desempenho maior que qualquer outra peça", disse Liz Dunn, CEO da empresa de consultoria de marca e varejo Talmage Advisors. "Se você já se aventurou alguma vez com um sutiã esportivo ruim, você nunca mais quer usá-lo. É uma experiência ruim."
Por que é tão difícil fabricar um bom sutiã esportivo?
Ao contrário de outras roupas íntimas, como camisetas e cuecas, o desempenho é uma necessidade. Como nenhum músculo controla o movimento dos seios, eles podem causar desconforto durante atividades físicas.
Pesquisadores estão nos estágios iniciais de estudos sobre o movimento dos seios durante os exercícios e sobre qual é a melhor forma de sustentá-los. Essas iniciativas sofrem porque há muito existe um estigma em torno do estudo dos seios. Além disso, não existem dois seios - nem mesmo na mesma mulher - que sejam idênticos em localização, tamanho e densidade. Então, não há uma ciência nem mesmo para as marcas que pretendem oferecer o sutiã perfeitamente engenhado.
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