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Comunidade africana é a estrela da startup de celebridade

Rosario Dawson e Abrima Erwiah, sócias da Studio 189 - Getty Images
Rosario Dawson e Abrima Erwiah, sócias da Studio 189 Imagem: Getty Images

Troy Patterson

da Bloomberg

27/09/2017 13h08

É difícil construir uma marca de moda, quanto mais um império. Raros são aqueles cuja missão é usar a moda para construir comunidades. E este é o caso da Studio 189, uma marca fundada pelas velhas amigas Abrima Erwiah (ex-executiva de marketing da Bottega Veneta) e Rosario Dawson (uma atriz consagrada, vista recentemente na franquia Marvel da Netflix).

"A ideia é produzir tudo nos mercados locais", diz Erwiah. "Em particular na África, especificamente em Gana." As fundadoras criaram a empresa em parceria com a Iniciativa de Moda Ética das Nações Unidas, que também trabalha com outras marcas com consciência social, como Edun, Marni Group e Vivienne Westwood. A missão da Studio 189 se encaixa com o slogan da subdivisão da ONU: "Não é caridade, é simplesmente trabalho".

"É uma empresa social", diz Erwiah. "Acreditamos que isso é muito mais poderoso do que o auxílio." A empresa, fundada em 2011, lançou sua primeira coleção em 2013. Desde então, a companhia prosperou em seu esforço de permitir que comunidades empobrecidas tirem proveito da economia global (e não o contrário, como normalmente ocorre), promovendo uma indústria baseada no artesanato tradicional.

Com sede em Manhattan e em Acra, a Studio 189 faz roupas e acessórios que oferecem um compromisso atraente entre antigas tradições de artesanato e a elegância contemporânea. A linha é vendida em lojas virtuais, como Yoox Net-a-Porter Group, e em sua própria boutique em NoLIta, um bairro de Manhattan.

A Studio 189 se destaca por suas roupas folgadas com estampas ousadas de cores vivas, como quimonos (que geralmente custam entre US$ 250 e US$ 750) e camisas com gola mandarim (US$ 195). As camisas tendem a ser usadas pelos homens, e os quimonos, pelas mulheres, mas Erwiah acredita que muitos dos itens da marca têm fluidez, em termos de gênero e em muitos outros aspectos. "São confortáveis para se movimentar, servem para o dia e para a noite, podem ser compartilhados com seu parceiro", diz ela. "Nós gostamos da ideia de que menos é mais."

A marca foi inspirada em uma viagem que Dawson e Erwiah fizeram em 2011 para a "Cidade da Alegria", uma comunidade para mulheres sobreviventes de violência na República Democrática do Congo. A visita motivou as amigas a investir o estrelato de uma e a experiência em moda da outra para criar uma infraestrutura de fabricação de roupas em Gana, onde Erwiah nasceu e cresceu. Ela pode reivindicar o parentesco tribal com Kwame Nkrumah, que liderou a conquista da independência da então colônia britânica em 1957.

Socialmente, elas podem medir seu sucesso no nível micro ? por exemplo, fornecendo programas de treinamento para pessoas que começaram a embarcar em carreiras empresariais e proporcionando bons salários para que os trabalhadores das fábricas possam então pagar uma formação em engenharia. "Eu adoro a ideia de que as pessoas sejam capazes de fazer o que têm vontade", diz Erwiah. Como regra, ela acrescenta, cada pessoa que recebe uma renda da Studio 189 levanta o padrão de vida de outras 10.