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Advogadas britânicas ganham 78% do salário dos colegas homens

Getty Images
Imagem: Getty Images

Áine Quinn

da Bloomberg

19/07/2018 09h27

As diferenças salariais parecem ser menores para as advogadas que trabalham no departamento jurídico de empresas do que para aquelas que trabalham nos principais escritórios de advocacia do Reino Unido, nos quais a desigualdade observada no salário médio por hora é de cerca de 60 por cento, segundo análise da Bloomberg sobre dados do governo.

O ramo da advocacia foi criticado no Reino Unido por ter acobertado a desigualdade salarial quando os escritórios de Londres excluíram associados com remunerações elevadas das estatísticas que foram obrigados a divulgar no início do ano.

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As mulheres raramente representam mais de um quinto dos associados.

"Não é surpresa que a diferença salarial seja maior nos níveis hierárquicos mais altos de uma organização", disse Jane Flaherty, sócia da Greenways Law e membro da Divisão de Advogadas da Law Society of England and Wales.

"Isso é comum também em outros escritórios de advocacia e não se limita à arena corporativa."

Os advogados de empresas têm salários semelhantes no nível inicial, mas a diferença entre os gêneros fica maior entre os profissionais que trabalharam para a mesma companhia durante 11 a 20 anos.

Dentro desse grupo, as advogadas corporativas recebem salários que representam 69 por cento da remuneração dos colegas homens.

A desigualdade entre os advogados de empresas pode estar diminuindo, já que a mediana da diferença entre conselheiros-geral que se formaram em Direito depois de 2010 é de menos da metade da diferença observada entre os que se formaram antes de 2000.

Diretoras jurídicas e conselheiras-geral ganham um valor mediano de US$ 210.000 por ano, enquanto a remuneração mediana de homens nas mesmas funções é de US$ 270.000, segundo pesquisa com mais de 5.000 advogados de empresas e outros funcionários em 65 países.

As maiores desigualdades foram observadas na América Latina e no Oriente Médio, onde advogadas de empresas ganham 38 por cento e 45 por cento do salário dos colegas do sexo masculino, respectivamente.

As áreas com as melhores remunerações são os mercados de capitais, as fusões e aquisições e as regulamentações antitruste e comerciais.

Os setores com os melhores salários para conselheiro-geral são os de biotecnologia e ciências biológicas e o de trabalho de desenvolvimento técnico ou de pesquisa, informou o relatório.

Flaherty disse que iniciativas como programas de orientação, iniciativas de retorno ao trabalho e padrões de trabalho flexível podem melhorar a situação.

"Mulheres e homens começam a carreira mais ou menos em pé de igualdade", disse Veta T. Richardson, presidente e CEO da Association of Corporate Counsel, por e-mail.

"Mas, com o avançar das carreiras, os homens começam a abrir diferença porque recebem planos de carreira, orientações, oportunidades profissionais e apadrinhamentos melhores, o que se transforma em uma desculpa para o fato de eles serem promovidos em maior número."