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Wall Street enfrenta disparidade melhorando bônus de mulheres

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Sonali Basak

Da Bloomberg

19/11/2018 13h27

As mesas de operações, célebres bastiões da desigualdade de gênero, melhorarão a remuneração das mulheres neste ano para reduzir a diferença em relação aos homens, segundo a firma de recrutamento Options Group.

Os líderes de Wall Street estão enfrentando mais pressão neste ano para tornar seus ambientes de trabalho mais atraentes para as mulheres por meio de salários melhores e promoções mais rápidas. Essa será a prioridade quando os gerentes definirem os bônus, nas próximas semanas, disse Mike Karp, CEO da Options Group.

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"Se você vir uma profissional excelente e qualificada como trader, saiba que ela ganhará", disse Karp, em entrevista. "A questão da igualdade salarial será o destaque do ano, mais do que nunca."

O público passou a ter uma ideia das disparidades de gênero dentro dos bancos no início do ano, quando as autoridades britânicas obrigaram grandes empregadores a divulgar as diferenças salariais entre os funcionários locais. As unidades do HSBC Holdings e do Goldman Sachs afirmaram que, em média, pagam mais de 50 por cento menos às mulheres, números distorcidos pelas altas concentrações de homens nos cargos de alto escalão. A situação no setor financeiro é ainda mais notável, com o número de mulheres aumentando no Congresso e com o movimento #MeToo, que sacode as empresas americanas.

As perspectivas para as mulheres contrastam com a previsão relativamente moderada da Options Group para as remunerações em todo o setor. Na semana passada, a consultoria de remunerações Johnson Associates previu que boa parte de Wall Street receberá bônus "moderadamente" mais elevados -- um componente importante dos pacotes de remunerações. No entanto, Karp estima que, para muitas pessoas, os pacotes totais terão pouca alteração ou serão ligeiramente inferiores aos do ano passado.

Em relatório anual divulgado na segunda-feira, ele projetou que os traders de renda fixa receberão menos por seu trabalho em 2018 (-2,6 por cento), em média, que os executivos bancários verão poucas mudanças (alta de 0,3 por cento) e que os profissionais que administram ações ganharão um pouco mais (3,2 por cento).

Ele estima também que mais funcionários de Wall Street se transferirão para novos empregadores em 2019, especialmente profissionais especializados em derivativos de ações ou estratégias quantitativas, ciência de dados, aprendizado de máquina e inteligência artificial. Essas habilidades têm alta demanda e os bancos terão que melhorar os pacotes de remuneração dessas operações para evitar deserções.

A Options Group prevê que os profissionais especializados em derivativos de ações receberão de longe os maiores aumentos deste ano -- cerca de 9,5 por cento, em média --, e que aqueles que trabalham com análise quantitativa ganharão 1,4 por cento mais.

Mesmo assim, os traders de derivativos de ações podem passar para o chamado lado da compra -- como as grandes gestoras de fundos --, no qual a remuneração total está mais ligada ao desempenho. As tensões geopolíticas e o temor de que os mercados estejam se aproximando do fim de uma longa sequência de alta têm alimentado oscilações, oferecendo mais oportunidades de lucro aos traders. As empresas de tecnologia, enquanto isso, estão procurando se descolar dos profissionais com habilidades quantitativas.