Mulheres por trás de #MeToo na Índia pagam caro por ativismo
Em outubro de 2018, quase um ano após o início do movimento #MeToo nos Estados Unidos, desencadeado por acusações envolvendo o produtor de cinema Harvey Weinstein, alegações de assédio sexual e agressões inundaram a Índia. Mulheres começaram a recontar histórias de anos ou mesmo décadas atrás, muitas vezes com grande risco para sua reputação e segurança.
Para cinco mulheres cujas acusações ganharam mais destaque na Índia, o preço foi alto. Uma jovem vítima de suposto estupro por um parlamentar tentou atear fogo ao próprio corpo do lado de fora da residência do ministro-chefe de seu estado, depois que seu pai morreu sob custódia policial.
Uma jornalista de sucesso foi processada por difamação pelo homem que ela acusou. Outra jornalista diz que teve problemas para encontrar trabalho. E uma atriz de Bollywood diz que sente que suas alegações levaram a uma mudança real na Índia, embora as consequências desde que fez as acusações há mais de uma década tenham contribuído para sua decisão de se mudar para os EUA, exausta.
Quanto aos acusados, alguns permaneceram em seus empregos. Outros disseram que suas reputações e carreiras foram prejudicadas pelas alegações. A maioria nega irregularidades e alguns já recorreram aos tribunais.
Apesar do impacto conflitante do movimento indiano #MeToo, algumas mulheres sentem que estão testemunhando o início de mudanças jurídicas e culturais há muito esperadas. "O #MeToo ajudou algumas pessoas a perceberem como o abuso e o assédio são difundidos", disse Karuna Nundy, uma defensora na Suprema Corte da Índia que trabalhou em casos de estupro.
"Só posso ter esperança", acrescentou Nundy. "São essas intervenções que mudam não apenas a vida do indivíduo, mas também o sistema para todos os outros."
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