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Na passarela de Milão, Max Mara, Fendi, Cavalli e Prada viajam no tempo e investem na pele

A Max Mara foi a encarregada de abrir a programação de desfiles do segundo dia da semana de moda de Milão (21/02/2013) - Getty Images
A Max Mara foi a encarregada de abrir a programação de desfiles do segundo dia da semana de moda de Milão (21/02/2013) Imagem: Getty Images

De Roma

21/02/2013 21h39

Presente, passado e futuro inspiram as coleções para o próximo outono-inverno que as casas italianas Max Mara, Just Cavalli, Prada e Fendi apresentaram nesta quinta-feira (21), segundo dia da semana da moda de Milão, caracterizada pelo uso da pele.

Max Mara mostrou uma mulher que, apesar de estar repleta da estética dos anos 1930, é a mais contemporânea, enquanto Fendi apostou no futuro e Cavalli optou por apresentar uma mulher de look aborígine.

A encarregada de abrir a passarela foi a casa Max Mara, que apostou em um inverno "a todo volume", com influência nos desenhos da célebre escola de arquitetura dos anos 30, a Bauhaus, com corte simples e muito bem definido. As luvas e a pele protagonizaram a coleção, que mostrou ao mundo sua ideia de uma mulher sóbria, inspirada pela moda masculina e envolvida em roupas quentes e grossas em tons preto, bege e mostarda, nos quais predomina a linha horizontal. 

Vestidos de materiais grossos, como a lã ou a pele e que chegam até o joelho, casacos grandes em tonalidades bege com enormes lapelas e tênis esportivos configuram a imagem que a Max Mara prevê para a próxima temporada outono-inverno.

O futuro chegou a Milão pelas mãos das modelos da grife Fendi, que apostou em uma forma mais comedida do que a Max Mara pelo volume, mas por sua vez com uma visão mais futurista e muito atrevida, com certa influência viril. A mulher proposta é extrema, que usa a simetria como forma de vida e com grandes volumes em tecidos de tonalidades neon - cobrem formas singelas e lineares, em branco nuclear ou negro puro. Destacam-se roupas em tons muito neutros e casacos e coletes que representam uma explosão de volume e cor.

O tecido felpudo cobre todos e cada um dos desenhos desta mulher da Fendi para a próxima temporada outono-inverno, desde os sapatos, passando pelas bolsas e luvas, até chegar aos óculos, também de cores chamativos e com pelo. O futuro da Fendi deu vez a um desfile tribal com uma clara influência hindu apresentado pelo line-up da Just Cavalli, que mostrou complicadas formas em seus desenhos que lembravam os mosaicos dos templos hinduístas e também as cores do tigre de Bengala como traço comum da maioria de suas roupas.

Durante o desfile, afetado pela invasão de uma ativista que pedia a rejeição ao uso de peles de animais na moda, Roberto Cavalli mostrou uma mulher vestida em tons quentes, impressos em estampas animais e que usa a pele para enfrentar o frio do inverno. Em sua coleção para o próximo outono, a mulher, para Cavalli, usará um look no qual se misturarão os desenhos coloridos de lã com a pele, sobretudo presente em sapatos e complementos. Essa mulher é atrevida e quase selvagem, que usa cores como o laranja ou os impressos simétricos e vegetais que lembram a flora selvática.

Depois da selva de cor que Roberto Cavalli apresentou na passarela de Milão, chegou a vez da Prada mostrar seu ponto de vista e finalizar esta segunda jornada da semana da moda de Milão.

A grife elaborou uma coleção inspirada nos anos 1920 para propor uma mulher forte, que usa longos casacos de estilo militar, cingidos à cintura com cinturões largos de metal, geralmente em dourado. A proposta da Prada na passarela da Via Fogazzaro de Milão apresenta uma mulher que usa tons caramelo e marrom, com roupas de contornos muito estáveis e definidos, com certa tendência à assimetria. Os casacos que a tradicional casa de alta costura de Milão apresentam chegam ao joelho e combinam à perfeição com as saias voláteis à meia perna.