Apresentador egípcio é condenado à prisão por entrevistar homossexual
Um tribunal do Egito condenou neste domingo a um ano de prisão o apresentador Mohammed al Ghaity, acusado de "desprezo à religião, libertinagem e propagar a homossexualidade" por ter convidado ao seu programa ao vivo um jovem homossexual.
O apresentador foi condenado a um ano de prisão, uma multa de 3.000 libras egípcias (R$ 626,72 no câmbio atual) e a um ano de vigilância por ter convidado ao programa "Sah al Num" do canal egípcio "LTC" o jovem homossexual, cuja imagem aparecia pixelada. Ainda cabe recurso em uma instância judicial superior.
O advogado egípcio Samir Sabry foi quem denunciou Ghaity à Procuradoria Geral por "contradizer as regras e os pilares mais básicos religiosos", além de "evitar totalmente" as leis, segundo afirmou à Agência Efe.
"O apresentador começou a fazer muitas perguntas, e todas sujas e de baixo nível. As respostas ao vivo foram todas inclusive piores e que não podem ser transmitidas na televisão nem em outros veículos de comunicação", comentou o advogado.
Em agosto de 2018, um jovem, que não foi identificado, compareceu ao programa de Ghaity para relatar a sua vida como profissional do sexo e a sua relação com um homem de um país do Golfo.
"Você entrou no mundo da prostituição como um homem?", "Foi desejado?" e "Qual era o seu preço?" foram algumas das perguntas feitas ao convidado.
Segundo Sabry, Ghaity "começou a mencionar os lucro econômicos das práticas da homossexualidade que o homossexual obteve", por isso que o apresentador fez, segundo o advogado, "uma convocação para propagar a libertinagem".
Após a exibição, o programa foi suspenso durante duas semanas em setembro do ano passado pelo Conselho Supremo de Regulação dos Veículos de Comunicação devido às repetidas "violações do canal".
O órgão estatal, em comunicado, acusou o programa de "violar uma decisão do conselho que dizia que não podia convidar homossexuais e propagar as suas ideias".
A transmissão do programa já foi suspensa durante uma semana em fevereiro deste ano por criticar um dos candidatos que concorreram à presidência nas eleições egípcias do ano passado.
Atualmente, a homossexualidade não é considerada crime no Egito, mas as autoridades reprimiram dezenas de membros da comunidade LGBT com uma lei que pune a "libertinagem" com penas de até três anos de prisão e, em alguns casos, também com a lei contra a prostituição. EFE
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