Mulher é condenada a 1 ano de prisão por tirar véu em público no Irã
A iraniana Vida Movahed foi condenada a um ano de prisão por tirar o véu em público em protesto contra a obrigatoriedade do hijab no Irã, e posteriormente indultada pelo líder supremo do país, segundo informou neste domingo seu advogado, Payam Derafshan.
Derafshan explicou que a sentença, emitida em março e que já é definitiva, condena Movahed por "encorajar as pessoas a cometer atos de corrupção mediante a eliminação do hijab".
A mulher foi detida pela primeira vez em janeiro de 2018, depois que o vídeo de sua ação de tirar o véu no centro de Teerã viralizou, e posteriormente foi libertada.
No final de outubro do ano passado, Movahed voltou à praça Enghelab com vários balões coloridos e, por ter atraído curiosos ao seu redor e interrompido trânsito, foi detida novamente, segundo o relatório policial.
Embora a ativista tenha feito duas ações similares de protesto, seu advogado defendeu em entrevista à agência oficial "IRNA" que a mulher se comprometeu a não repeti-las.
"Devido às consequências negativas que este ato teve para ela e para seu filho de dois anos, (Movahed) aceita que esta forma de expressar sua opinião não foi correta", acrescentou Derafshan.
A mulher foi indultada no dia 3 de abril pelo líder supremo do Irã, Ali Khamenei, que nessa data perdoou centenas de presos por ocasião do aniversário da escolha de Maomé como profeta. No entanto, o indulto ainda não foi executado e Movahed continua na prisão.
Vida Movahed foi a primeira mulher a subir em uma caixa de energia no centro de Teerã e tirar o hijab e pendurá-lo em uma haste, agitando-o como uma bandeira.
Seu exemplo foi seguido por dezenas de mulheres em diferentes cidades do país entre janeiro e fevereiro de 2018, o que levou à detenção de muitas delas.
As que participaram deste modelo de protesto foram chamadas de "meninas da rua Enghelab", já que nesse lugar do centro de Teerã ocorreram várias das ações.
O véu é obrigatório no Irã desde o triunfo da Revolução Islâmica de 1979, que instaurou no país um regime teocrático que impôs uma série de restrições, como a segregação de sexos e a proibição do consumo de álcool.
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