Afeganistão nomeia pela primeira vez mulher como vice-ministra da Defesa
A jovem Munera Yousufzada entrou para a história do Afeganistão nesta segunda-feira ao se tornar a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-ministra da Defesa, uma pasta fundamental em meio ao conflito armado que atinge o país desde a queda do regime talibã e a invasão americana, em 2001.
"Esta é a primeira vez na história das Forças Armadas afegãs que uma mulher é nomeada para ocupar a cúpula do Exército, como vice-ministra para Assuntos de Treinamento do ministério", informou o departamento em comunicado, durante a apresentação de Yousufzada aos companheiros.
A nova "número dois" do ministério - categoria que compartilha com dois homens nos departamentos de Políticas e Estratégia, e Inteligência - tem 33 anos, um mestrado em Relações Públicas e desde 2010 vem ocupando diversos cargos dentro do governo, como vice-governadora de Cabul.
"Há várias mulheres trabalhando no ministério, no front do Exército e das Forças Especiais, mas esta é a primeira vez que uma mulher é nomeada para ocupar um posto de direção", destacou o ministro interino da Defesa, Asadullah Khalid, no ato de apresentação.
Já Yousufzada defendeu que o gênero não deve ser um obstáculo para trabalhar nessa área e prometeu políticas para reduzir o número de soldados que sofrem de invalidez após ocuparem o front, além de lutar contra a corrupção nas forças de segurança.
Segundo dados do Inspetor Especial para a Reconstrução do Afeganistão (Sigar), do Congresso dos Estados Unidos, no início deste ano havia 4.984 mulheres na polícia e no exército do Afeganistão, apenas 1,6% do pessoal total.
Nos últimos anos, o presidente afegão, Ashraf Ghani, nomeou um grande número de mulheres como altas funcionárias em ministérios, vice-ministérios, direções e embaixadas, entre eles nos postos de representante permanente diante da ONU e de embaixadora nos Estados Unidos.
Partindo de zero em 2001, com a saída dos talibãs do poder, o número de mulheres com cargos públicos chegou a 27% do total em 2018, a maioria nos setores da educação e da saúde, enquanto atualmente 40% dos menores escolarizadas são meninas.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.