Em 4 anos, movimento registra quase 1,2 mil feminicídios na Argentina
Um total de 1.193 mulheres foram assassinadas na Argentina desde junho de 2015, quando o movimento "Nem uma a menos" realizou sua primeira manifestação no país.
Dados divulgados nesta quinta-feira pelo Observatório da Violência Sexual mostram que uma mulher foi morta na Argentina a cada 30 horas. Somente até maio deste ano, foram registrados 121 casos de feminicídios, que deixaram 84 crianças órfãs no país.
O levantamento também mostra que 82% dos assassinos eram do círculo íntimo ou conheciam a vítima. Segundo o balanço divulgado hoje, 42% dos homicídios foram cometidos por namorados ou maridos dessas mulheres. Em outros 21%, o autor já havia tido algum tipo de relacionamento amoroso com elas.
Além disso, 17 de cada 100 assassinadas tinha denunciado os companheiros por maus-tratos, e oito de cada 100 contava com medidas de proteção determinadas pela Justiça da Argentina.
"Os números de feminicídios são alarmantes. Há anos não conseguimos reduzi-los na Argentina, e o governo de Mauricio Macri não leva adiante políticas públicas para erradicar a violência contra as mulheres", disse a presidente do Observatório da Violência Sexual, Raquel Vivanco.
Os dados serão apresentados na próxima quinta-feira na Câmara dos Deputados. Além disso, a entidade pretende publicar um relatório sobre o tratamento dado pela imprensa aos casos de assassinatos de mulheres e os avanços na divulgação do conceito de feminicídio.
Para Vivanco, mais mulheres serão assassinadas diariamente no país se medidas para protegê-las não forem tomadas.
Em 2018, diferentes organizações sociais contabilizaram entre 259 e 273 feminicídios na Argentina. Os relatórios foram elaborados a partir da divulgação das mortes na imprensa.
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