China, Guatemala e glamour de Walter Rodrigues abrem Fashion Rio
Eram várias as interessantes referências reunidas no desfile de Walter Rodrigues, que abriu, de verdade (o outro desfile era infantil e de uma marca patrocinadora), o Fashion Rio, na noite deste domingo (14). A começar pelo cenário, o belíssimo Real Gabinete Português de Leitura, cheio de livros e madeira, construído na primeira metade do século 19.
De séculos passados também vieram as inspirações para a coleção de inverno. Desta vez, não o Japão mas a China, da etnia Miao, junto com a cultura Maia da Guatemala emprestaram seus elementos para a moda. Tudo costurado - literalmente e metaforicamente - pela alma de Walter Rodrigues. "Não vou fazer a cada seis meses uma coleção completamente diferente. Claro que tem sempre 'eu', então, os anos 70 que eu gosto muito estão lá, assim como os anos 40 e do jogo do masculino e do feminino", contou o Walter Rodrigues ao UOL Estilo, depois do desfile.
O "eu" de Walter Rodrigues é uma alma cheia de glamour. Talvez por isso, sua roupa foi feita para a festa. Mesmo o jeans não consegue escapar do espírito de luxo sofisticado da marca do estilista, que parece criar suas roupas sempre com uma cuidadosa reverência a elas. Em preto, ele vem com debruns, justíssimo, ou em tops estruturados. Ainda, inteiro dourado, mais encorpado com aspecto quase de couro.
Nos vestidos, quase todos na altura do joelho, um pouco abaixo, muitos e muitos plissados, sobrepostos da parte de cima na parte de baixo, em duas camadas de saias, marcaram presença na coleção. Os bordados de flores também chamaram a atenção, vindos da parte da pesquisa guatemalteca, e feitos por 600 bordadeiras da cooperativa Apoena, no Distrito Federal.
Cinza, preto com pink, um pouco de dourado e uma pitada de tons pastéis na combinação de rosa e verde do início do desfile compuseram a cartela de cores do inverno 2007 de Walter Rodrigues.
Na organização das culturas pesquisadas para a coleção misturadas ao estilo da marca, Walter conta que dividiu o desfile em quatro momentos. Primeiro, vem a referência aos anos 70, com os primeiros vestidos soltos, de tecido levíssimo e estampa floral pequena em tons pastéis de rosa e verde. Em seguida, a brincadeira do masculino e feminino aparece nas calças de corte de alfaiataria, ora bem largas, ora justinhas, e nas peças de cima com espécies de mantos construídos no moulage (quando a roupa é feita no corpo do manequim) saídos de bases de paletós. A predominância, neste momento, é do cinza. No terceiro momento, entram as culturas guatemalteca e chinesa. As armaduras - uma referência forte no trabalho de Walter Rodrigues - são reinterpretadas em tops duros e estruturados no corpo nos debruns e costuras que formam desenhos tanto nas partes de cima quanto nas calças justíssimas. Os apliques de metal e os bordados de desenhos primitivos surgem em detalhes, fazendo alusão à cultura Maia. O quarto e último é todo dedicado à parte guatelmateca, com destaque para as grandes flores bordadas em turqueza, azul forte, amarelo e verde.
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