Sta. Ephigênia faz desfile emocionado com referências a Dior e Eva Perón
Foi em clima emocionado que a Sta. Ephigênia abriu o terceiro dia de Fashion Rio, nesta quinta (10), no Jockey Club Brasileiro, no Rio de Janeiro.
Primeiro desfile depois da morte (em outubro passado) do estilista Marco Maia, parceiro há quinze anos de Luciano Canale nas criações da grife e na vida, a coleção fez homenagem a Eva Perón, à Dior e, especialmente, a Maia. Muita gente não segurou as lágrimas enquanto os vestidos de saiotes rodados, enormes, com camadas e camadas de tule por baixo, passavam ao som de tango argentino (Astor Piazzola para finalizar), pelos corredores brancos da entrada do Jockey.
Evocando, como sempre, o glamour retrô e a mulher poderosa, que gosta de um belo e vistoso vestido, a Sta. Ephigênia investiu nos paetês, nas pantalonas de cintura alta, nas combinações clássicas e elegantes de preto (paetês) com tom de pele, de preto e branco. O clima de desfile de alta-costura foi reforçado por modelos brasileiras requisitadíssimas em desfiles de grifes como Chanel e Dior nas temporadas das roupas exclusivas sob medida: Bruna Tenório e Viviane Orth. "Há muita referência ao 'new look'. Evita gostava muito da Dior", disse Luciano, referindo-se ao traje criado por Christian Dior no final dos anos 40, e que ditou o estilo dos anos 50, com cintura marcada no lugar (voltando a ser apertada, quase estrangulada), com a saia godê enorme e volumosa.
Além das versões "new look", vestidos justíssimos abrindo babado na barra, como o tomara-que-caia usado por Bruna Tenório, em preto, com desenho de bolas também em preto, mistura de couro nas jaquetas motoqueiro com saiotes em tule (Viviane Orth usou um destes looks). Mas foi a parte final, das estampas de flores pintadas à mão, a de mais destaque do desfile. A suave combinação do fundo branco acinzentado com as flores em caramelo, o tecido leve, criaram belas imagens como a da pelerine (nesta estampa) com laço no pescoço usada com pantalona preta e, no "grand finale", a de Bruna Tenório com o vestido de um ombro só, com o corpete todo franzido, cintura baixa, onde começava a saia de várias camadas que, ao caminhar, balançava as flores estampadas. Nos agradecimentos, Luciano prestou homenagem a Marco na camiseta que vestia, com a frase bordada: "Love Marco".
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