Conhecida blogueira internacional, Diane Pernet fala sobre suas impressões do SPFW

Quem passeia pela 24ª edição do São Paulo Fashion Week, vira e mexe cruza com uma figura excêntrica. Convidados e assessores mais desinformados entreolham-se querendo saber quem é a pessoa toda de preto, com pele branquinha, óculos escuros, batom vermelho e cabelão montado, quase como uma Morgana fashion, aquela mesma do Castelo Rá-Ti-Bum.

Trata-se de Diane Pernet, blogueira norte-americana de moda e figura carimbada em desfiles internacionais. Esta é a segunda visita de Diane visita ao Brasil; em agosto, ela havia participado do paulistano FilmeFashion e foi convidada pela organização do SPFW para conhecer a semana paulista de moda.

Nesta nova passagem pelo país, que atribui à "vontade de experenciar o São Paulo Fashion Week", a blogueira elogiou a produção do evento em entrevista ao UOL. "Estou bastante impressionada. Olhe onde nós estamos, por exemplo. É a melhor sala de imprensa que vi no mundo inteiro".

Entre as cincos coleções para o Inverno 2008 que viu nas passarelas, apontou as de Fause Haten e Alexandre Herchcovitch como as favoritas. "Gostei das silhuetas de Fause Haten, e a idéia para o desfile duplo foi ótima!", contou. Já sobre Alexandre Herchcovitch, ela destacou as cores e estampas gráficas.

Com relação ao restante da programação, Diane disse estar ansiosa pelo desfile da Neon, de quem é fã; ela conheceu o estilista Dudu Bertholini há cerca de cinco anos.

Mas não sobram só elogios para a moda nacional. Sua opinião sobre a coleção da Forum, apresentada na mansão de Tufi Duek na quarta-feira (16), é ambígua. "É uma moda muito referencial. Lanvin, Chanel, Gucci... As pessoas gostam de comprar cópias. Eu adoro comprar camisetas a 19 euros na H&M. É válido, mas desde que não seja caro", disse.

Falante, Diane poupa palavras, ainda que não o bom humor, ao falar de seu penteado característico. O passo-a-passo para o cabelão ela não revela de jeito nenhum, mas contou algumas dicas e casos curiosos.

O grande segredo, disse ela, são os grampos. Quarenta deles. Para criar o look, diário há 40 anos, a blogueira leva apenas 15 minutos, pela manhã. "Acordo, tomo banho e faço. Quinze minutos, sempre", afirmou. "Se deixo para depois, parece demorar muito mais".

Habituada a viajar, sua figura costumava não ser muito bem vista pelos seguranças dos aeroportos. "Eles têm detectores de metais, que sempre apitavam, por conta dos grampos. Achavam que eu podia estar carregando bombas. Me deixava louca, fui parada pela polícia sete vezes. Estava quase desistindo de pegar aviões", ri. A solução, ela encontrou em Milão, com gigantes grampos de plástico, que substituíram de vez os seus antigos. "Mas eles ainda olham feio para mim, como se esperando que o alarme soe", concluiu.