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Carnaval "cool" da Osklen mostra o samba no pé da moda nacional para franceses e brasileiros

CAROLINA VASONE<br>Do prédio da Bienal

17/06/2009 17h07

Fez-se o Carnaval na passarela da Osklen, marca que deu início aos desfiles da temporada do Verão 2009/10 do São Paulo Fashion Week. Não foi porém, um Carnaval para inglês ver. Ou franceses, considerando a concentração deles na primeira fila da apresentação, caso do ator Vincent Cassel ("Doze Homens e outro Segredo") e do presidente da Federação Francesa da Costura, Didier Grumbach. O espírito carnavalesco da grife carioca se adequou ao estilo "cool" da marca. Talvez tenha esfriado um pouco o clima sempre tão superlativo da maior festa brasileira, mas fugiu dos estereótipos constrangedores e realizou um desfile de moda, não de clichês, com alguns momentos tocantes tanto para a moda quanto para o Carnaval.

Uma bateria de escola de samba deu início ao desfile num som distanciado que lembrava um batimento de coração. A idéia da descontrução da t-shirt (no inverno foi a do moletom) reforçava a idéia de sofisticação simples da Osklen e fazia alusão não só ao Carnaval do sambódromo, mas dos blocos de rua do Rio, onde a fantasia muitas vezes é substituída por uma camiseta. Para compensar a silhueta que aparece menos complexa que em outras coleções, o brilho dos paetês bordados em tons multicoloridos e quentes, o prata e o dourado em várias peças, as sobreposições de tules criando imagens delicadas e alegres pelo colorido não tão comum na Osklen apareceram na coleção.

DESFILE DA OSKLEN

Aos poucos o coração acelera e o ritmo da bateria se impõe na sala de desfiles. É quando os vestidos-camiseta de malha finíssima, com estampa de paetês digitalizada, os tons de rosa e pink misturados no tule que se sobrepõem aos tricôs em formato de rede brancos (que formam a base dos vestidos) dão lugar às peças com mais brilho e volume sutil. O verde e o rosa da Mangueira aparecem misturados em alguns looks, listrados com transparência em outros. Placas de metal usadas para fazer chocalhos viram suporte para um vestido a la "Paco Rabbane revisitado".

Nos pés, nada de sandália de prata. Sapatos baixos, brancos, para não atrapalhar o brilho da roupa. Na cabeça, o suporte de arame usado como base para os adereços coloridos de penas e outros materiais carnavalescos aparece nu, despindo o Carnaval do exagero, conservando sua estrutura para transformá-la em roupa, com uma alma de fantasia.