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Pregas e franzidos marcam coleção graciosa de Maria Garcia

MARIANA ROCHA<br>do prédio da Bienal

20/06/2009 19h16

Inspirada no "jardim pessoal" da marca e no universo sombrio do cineasta Tim Burton, a coleção de verão da Maria Garcia apresenta uma cartela de cores baseada em diversas tonalidades de verde, seguidas por cores da pele, matizes de rosa e azul: cores de jardim. A passarela, no entanto mostrava o preto da grama artificial como citação da obra do artista criador de "A Noiva Cadáver".

As estampas pontuam aqui e ali, com arabescos lembrando grades de jardim, ou texturas que aparentam sublimações de paisagem. A sublimação é uma técnica de estamparia que reproduz imagens de foto.

As peças são curtas: vestidinhos, shortinhos, saia e blusa e, mesmo apresentando um resultado discreto, revelam uma modelagem bem trabalhada, baseada em pregas, camadas e franzidos. Esses exercícios delicados de modelagem proporcionam uma experiência interessante de apreciação, na medida em que, a cada look desfilado, o olhar busca perceber os recursos técnicos utilizados para a criação de silhuetas e volumes.

Os volumes das peças da Maria Garcia vão na direção das tendências atuais: volumes posteriores; despencados nas costas e estruturados no bumbum; e nas laterais do quadril, sugerindo camadas ou bolsos. Parecem leituras contemporâneas do "panier", aquele tipo de saia com volumes laterais, popularizado por Maria Antonieta quando jovem.

A coleção, que foi bem resolvida, ainda apresenta calças justas e acetinadas e peças de couro bem molinho.