Topo

Nobel da arquitetura, Pritzker vai para escritório japonês SANAA

Ryue Nishizawa (à esquerda) e Kazuyo Sejima fundaram o SANAA em 1995. Suas obras resultam de uma refinada composição de leveza  e transparência, em que a presença física do edifício sai de cena deixando o protagonismo para pessoas, objetos, atividade e paisagem - Takashi Okamoto / Divulgação SANAA
Ryue Nishizawa (à esquerda) e Kazuyo Sejima fundaram o SANAA em 1995. Suas obras resultam de uma refinada composição de leveza e transparência, em que a presença física do edifício sai de cena deixando o protagonismo para pessoas, objetos, atividade e paisagem Imagem: Takashi Okamoto / Divulgação SANAA

SIMONE CAPOZZI

Editora de UOL Casa e Imóveis

28/03/2010 20h16

É de Kazuyo Sejima e de seu sócio Ryue Nishizawa o maior reconhecimento concedido a um arquiteto por sua carreia, o Prêmio Pritzker.

Considerado o Nobel da arquitetura por usar a premiação sueca como modelo para vários de seus procedimentos de indicação e prêmio, o Pritzker foi criado em 1979 pela Fundação Hyatt para homenagear, em vida, um arquiteto cuja obra demonstre qualidades como talento, visão e compromisso, e traga uma contribuição significativa para a humanidade e para o ambiente construído.

Conheça o júri do Prêmio Pritzker

Lord Palumbo (presidente): empreendedor imobiliário e patrono das artes britânico. Já presidiu o Conselho das Artes da Grã Bretanha e a Fundação da Tate Gallery, entre outras entidades ligadas ao setor

Alejandro Aravena: arquiteto, diretor executivo do grupo Elemental, do Chile

Rolf Fehlbaul: presidente da Vitra, Suíça

Carlos Jimenez: professor da escola de arquitetura da Rice University, Estados Unidos

Juhani Pallasmaa: arquiteto, professor e autor, Finlândia

Renzo Piano: arquiteto italiano, ganhador do Pritzker em 1998

Karen Stein: jornalista, editora e consultara em arquitetura, Estados Unidos

Martha Thorne (diretora executiva): reitora assistente para relações externas da escola de arquitetura da IE University, Espanha

A Fundação Hyatt é gerida pela família Pritzker, proprietária da rede Hyatt de hotéis.

Sejima e Nishizawa formaram o escritório SANAA em 1995. O trabalho da dupla é conhecido por sua leveza e delicadeza, em muito obtida pelo uso da transparência. Eles dão grande importância à integração de seus edifícios ao entorno, a ponto de descrevê-los como “montanhas na paisagem”.

Entre as razões apontadas para a premiação, o júri cita a arquitetura delicada, mas poderosa do SANAA; sua discreta engenhosidade; a maneira bem-sucedida como seus edifícios interagem com o exterior e com as atividades que abrigam, e sua linguagem singular, fruto de um processo colaborativo único e inspirador.

Ao saber do prêmio, Kazuyo Sejima declarou-se muito feliz e disse "eu tenho explorado como posso fazer uma arquitetura que seja aberta, o que eu penso ser importante para uma nova geração. Com esse prêmio vou continuar me esforçando para criar uma arquitetura bela".

Nishizawa disse encarar a premiação com grande humildade. "Estou muito honrado e muito surpreso. Recebo e entendo este prêmio como um encorajamento para os meus esforços", declarou.

A maior parte da produção do SANAA está no Japão, mas o escritório tem obras implantadas na Alemanha, Inglaterra, Espanha, França, Holanda e Estados Unidos.

É a terceira vez na história do Pritzker que o prêmio é dividido entre dois profissionais. A primeira vez foi em 1988, quando Oscar Niemeyer dividiu o prêmio com o norte-americano Gordon Bunshaft. Em 2001 foi a vez dos também sócios Jacques Herzog e Pierre de Meuron, autores do Ninho de Pássaro de Pequim, levarem a premiação.

  • Vista do edifício Christian Dior, em Tóquio, projeto arquitetônico de SANAA