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Tudo o que você queria saber sobre o ponto G, mas não tinha coragem de perguntar

Conhecer o próprio corpo é essencial para detectar as regiões mais sensíveis para excitação - Getty Images
Conhecer o próprio corpo é essencial para detectar as regiões mais sensíveis para excitação Imagem: Getty Images

RENATA RODE <BR> Colaboração para o UOL

12/04/2010 17h05

Será que o ponto G feminino existe? O assunto é controverso, com especialistas indicando que sim e outros afirmando que não. Muitos sexólogos, inclusive, acreditam que o ponto está na cabeça da mulher, e não num local específico dentro da vagina. Com o objetivo de sanar as dúvidas, perguntamos a dois médicos, Carlos Eduardo Ayres Netto, especialista em ginecologia e obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo, e Denise Coimbra, ginecologista especialista em reprodução humana. Leia a seguir tudo o que você tem vontade de questionar, mas nunca tem tempo ou coragem.

 

1O ponto G existe?
O ponto G é uma região na parede anterior da vagina que não tem representação anatômica definida. Trata-se de uma área de sensibilidade aumentada, com potencial de proporcionar prazer durante a estimulação. A sua área e localização varia de mulher para mulher, mas sempre na parede vaginal anterior.

Eu tinha um namorado que não precisava fazer nada para encontrar o meu ponto G, aliás foi com ele que eu descobri que realmente existia. Talvez o pênis dele tivesse um formato melhor, não sei, mas encostava direitinho. O orgasmo via ponto G se parece muito com o clitoriano, mas é mais, digamos, distante. Parece que vem de mais longe, mas é tão intenso quanto

G. R., 32 anos, publicitária

 

2 Porque ele é tão poderoso?
“Alguns acreditam que a sensibilidade elevada desse ponto deve-se à proximidade do assoalho da bexiga, rica em terminações nervosas. Utilizar esse aumento de sensibilidade como ferramenta de estimulação sexual é uma característica individual, ou seja, nem todas as mulheres reconhecem esse estímulo como prazeroso”, explica Carlos Eduardo Ayres Netto, especialista em ginecologia e obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da USP.

 

3 Ele varia de tamanho e posição?
O ponto G pode ser interpretado como uma região de maior resposta orgásmica, por isso é variável para cada mulher. O conhecimento do próprio corpo é essencial para detectar onde é a região mais sensível para excitação.

 

4 Homens costumam preocupar-se em encontrar e estimular o ponto G?
“Brasileiros adoram uma moda e quando começam a ler diversas matérias sobre o mesmo assunto, acabam por se interessar. Porém, eles erram achando que a eficiência do seu desempenho está em perceber (ou parecer perceber) o ponto G de uma mulher”, alerta Denise Coimbra, ginecologista especialista em reprodução humana.

 

5 Porque algumas pessoas defendem que o ponto G não existe?
Algumas pessoas defendem que ele não existe e é psicológico, porque no universo feminino, as zonas erógenas são mutáveis, já que algumas mulheres têm mais prazer na penetração e outras nas carícias.

 

6 A mulher só chega ao orgasmo (com penetração) quando o ponto G é estimulado?
O orgasmo alcançado na penetração vaginal é uma resposta conjunta a vários estímulos, que podem ser mais ou menos importantes em cada mulher. “Muitas mulheres podem ter orgasmo sem nunca ter localizado ou estimulado diretamente o ponto G. O orgasmo vaginal é obtido através da estimulação conjunta da região do clitóris, dos pequenos lábios, das paredes vaginais e, obviamente, do contexto emocional, como estímulos visuais, auditivos, olfatório, fantasias”, explica Ayres. Algumas mulheres se beneficiam do reconhecimento do ponto G pela possibilidade de escolher posições que aumentem o estímulo daquela região.

Sempre leio revistas femininas e foi numa dessas leituras que encontrei o caminho para achar o ponto G. Eu mesmo convenci minha mulher a ajudá-la a encontrá-lo, e nossa vida sexual ficou melhor depois disso, já que criamos mais cumplicidade um com o outro

M. H., 42 anos, engenheiro

 

7Quais benefícios podem acontecer com a estimulação do ponto G no ato sexual?
Todo o tempo gasto nas preliminares será recompensado com satisfação para o casal. O benefício, na verdade, é o entrosamento sexual dos parceiros. Vale a pena investir nesses momentos, mesmo que seja para procurar “o tal ponto G”.

 

8  A mulher precisa ter medo de se tocar para descobri-lo?
“Masturbação é uma técnica já conhecida e praticada há muitos anos. Derrubar este tabu vai dar liberdade sexual à mulher. Todas devem se descobrir, ao seu tempo e ao seu modo, sem seguir palpites alheios”, explica a médica Denise.

 

9 Como o homem pode encontrar o ponto G na mulher?
O toque na região da parede anterior da vagina - seja pela estimulação digital, seja pela peniana (algumas posições favorecem esse estímulo) - pode aumentar a sensação de prazer e acelerar o orgasmo. O ponto G só pode ser identificado se houver excitação sexual. Por se tratar de uma zona erógena, é o contexto do ato sexual que aumenta a vascularização e a sensibilidade daquela região. Por isso, é mais fácil a mulher achar o seu próprio ponto G e mostrar ao parceiro do que ele tentar encontrá-lo.

 

10 Como a mulher pode achar sozinha seu ponto G e qual a sensação de encontrar e estimular essa região?
O ideal é tocar a parede vaginal anterior com o dedo, entre 2 e 3 cm após a entrada da vagina, e pressionar levemente a parede em direção à bexiga, que fica acima dessa parede vaginal. “Se não houver excitação sexual, ela apenas irá perceber uma maior sensibilidade ou desejo de urinar. Aquelas mulheres que reconhecem o ponto G percebem uma sensibilidade da região muito parecida com a do clitóris. As mulheres que aprendem a estimular essa região costumam relatar um encurtamento do tempo para chegar ao orgasmo”, finaliza o médico.