Sem "fashion", Espaço Fashion encerra quinto dia de desfiles cariocas

Estar na moda é como ser bonito: difícil impor o veredito aos outros goela abaixo. Com a beleza, dá até para caprichar na maquiagem, recorrer a procedimentos estéticos, cirurgias plásticas. No caso da Espaço Fashion, que encerrou o quinto dia de Fashion Rio nesta segunda (31), a marca parece ter errado a mão no botox, exagerado no silicone. E acabou por criar uma caricatura do que é estar na moda para o Verão 2011.

Embalado por show ao vivo de Thiago Pethit (uma das novas sensações alternativas da música nacional do momento), os anos 50 e o clima de balneário retrô eram a inspiração no desfile. Na passarela, saias rodadas e cinturas marcadas, como mandariam tendências de passarelas internacionais como a Louis Vuitton. Mas nem chegou perto disso.

Volumes criados a partir de franzidos, repuxados e dobraduras foram colocados em partes diferentes da roupa. Sem compor uma linha de raciocínio (mesmo que seja propositalmente a falta de sentido, mas que seja intencional), o recurso acabou gratuito. Do ponto de vista decorativo, também não funcionou: a aplicação de um volume na lateral do macacão azul ficou parecendo mais um emaranhado de tecidos do que um enfeite. Já no vestido rosado, quase tom de pele, um volume na altura do estômago cortou a silhueta ente a cintura marcada e o busto, que voltava a ser justo.

A cartela de cores teve seu ponto alto nos tons pastéis de rosa, verde e azul. Já a combinação de estampas das peças em patchworks remetia a um estilo hippie que não combinava nem com a proposta da coleção, nem com a interpretação fashion do estilo. Nos bodies como o usado por Bruna Tenório na foto deste texto, problemas de modelagem faziam a peça sobrar na parte de trás em várias modelos. E a Espaço Fashion acabou por desmentir a propaganda que o próprio nome alardeia.