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Banheiros não precisam ser totalmente azulejados; arquitetos dão opções

VLADIMIR MALUF

Da Redação

23/08/2010 06h30

São cada vez mais comuns os banheiros que não são totalmente revestidos de azulejos. Mas será que as paredes suportam um ambiente úmido sem material cerâmico? Sim, suportam. Gustavo Calazans, arquiteto, garante que foram raros os banheiros que ele projetou completamente azulejados. “Para não dizer nenhum, quando o banheiro era muito centralizado na planta da casa, sem ventilação, eu azulejei tudo.”

Calazans diz que, antigamente, as pessoas acreditavam ser mais higiênico revestir todas as paredes, mas é ilusão. “Todo mundo limpa os azulejos com água. Com isso, o rejunte fica molhado. Como demora muito para secar, surge o mofo. Aquelas cozinhas com rejuntes escuros, muitas vezes, estão assim por excesso de limpeza, não por falta.”

Para as paredes de dentro do box, como têm muito contato com a água –não apenas vapor–, ele indica revestir. “Não precisa ser, necessariamente, azulejo. Precisa ser um material impermeável. Granito, pedra, mármore, revestimento cimentício...”, exemplifica.

Também arquiteta, Luiza Altman concorda que revestimento impermeável só é necessário na área do chuveiro. “No restante do banheiro, pintar com tinta epóxi ou acrílica lavável são suficientes. Algumas são específicas para banheiros e contém substância antimofo. Há, também, revestimento vinílico, papeis de parede resistentes a água ou laminados.”

Diferentemente de seus colegas, a arquiteta Cristiana Vianna diz que é possível abrir mão dos revestimentos mesmo no interior do box, mas com uma condição: “O banheiro precisa ser bem arejado. Todo mundo constrói este ambiente na face da casa que não bate sol e coloca janelas bem pequenas. Deveria ser o oposto.”

Para a arquiteta Lilian Melo, o banheiro sem tantos azulejos fica muito mais aconchegante e bonito. E ela dá uma dica para evitar problemas. “É imprescindível deixar um rodapé alto (cerca de 30 cm), usando o mesmo material do piso. Isso elimina a possibilidade de danificar a parede.”

Sem azulejos, a manutenção de encanamentos ou eletricidade fica mais simples, afinal, se precisar quebrar uma parede, não há a necessidade de encontrar azulejos iguais para substituição. Mas há uma desvantagem. Paula Leonardo, do escritório Ângela Martins arquitetos, lembra que paredes apenas pintadas sofrem desgaste mais rápido e a pintura deve ser renovada, em média, a cada 18 meses.

Pisos
Fora do box, o banheiro pode ter pisos diferentes da cerâmica. De cimento, madeira ou fórmica, por exemplo. “Os cimentados podem entrar no box, mas as empresas que os fabricam não recomendam, pois ele é poroso. Dá para colocar, mas é necessário aplicar resina uma vez por ano”, diz Gustavo Calazans. A desvantagem, nesses casos, é que os fabricantes não dão garantia para produtos utilizados neste ambiente.

Se a opção é a madeira, ela precisa ser de boa qualidade e seca (a madeira verde tem mais umidade e não é aconselhável, pois ela vai secar um dia e trincar), segundo Cristiana Vianna. “Também não pode ser madeira branca ou mole. As indicadas são as sólidas e escuras, mais resistentes e menos propensas a pragas.”

Luiza Altman aconselha que, se for fazer um piso de madeira, o material precisa estar tratado com verniz náutico e produtos contra pragas. “Pode ser cumaru, ipê, peroba”. Se quiser algo mais prático, o mercado oferece cerâmicas que imitam madeira e a aparência é bem fiel, de acordo com a arquiteta. Lilian Melo concorda e conta que existe uma opção feita de vinil e PVC. “Este tem a espessura muito fina, é de fácil aplicação e manutenção e tem aspecto rústico.”

Cimento queimado é mais uma alternativa. Mas precisa ser muito bem aplicado, pois é muito comum que trinque. Cristiana Vianna explica que a melhor opção de cimento é o industrializado (que não são misturados e feitos na obra). “Esse tipo de cimento tem um aditivo plástico que o deixa um pouco mais elástico. Sobre ele, é necessário aplicar uma resina, brilhante ou fosca: o que achar mais bonito.”