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"Modelos por acidente", Evandro Soldati, Francisco Lachowski e Max Motta falam do mercado masculino

Max Motta, Francisco Lachowski e Evandro Soldati após o desfile da Reserva (31/01/2011) - Rodrigo Paiva/UOL
Max Motta, Francisco Lachowski e Evandro Soldati após o desfile da Reserva (31/01/2011) Imagem: Rodrigo Paiva/UOL

FERNANDA SCHIMIDT

De São Paulo

01/02/2011 06h53

O que os tops brasileiros Evandro Soldati, Francisco Lachowski e Max Motta têm em comum, além de estarem entre os 40 melhores modelos do site models.com? Todos começaram na profissão por acaso.

“Nunca tinha tido vontade de ser modelo”, disse Evandro Soldati, 25, antes de ter sua fala complementada pela do colega Francisco Lachowski, 19: “É algo que surge na frente e você vai na onda”. Francisco, Evandro e Max Motta, 20, lançaram-se na carreira após vencerem o concurso Supermodel Brazil, da Ford Models, e são hoje alguns dos principais nomes do mercado, ao lado de Marlon Teixeira e Arthur Salles. O trio esteve no São Paulo Fashion Week para o desfile da Reserva e conversou com o UOL Estilo sobre a profissão.

No início da carreira, quando os três decidiram dar uma chance à oportunidade que havia surgido, receberam olhares ressabiados da família. “Meus pais não gostavam, diziam para ir estudar, porque eu tinha acabado de passar no vestibular. Mas quando viram que fui para Paris e comecei a ganhar dinheiro, apoiaram”, disse Francisco.

  • Rodrigo Paiva/UOL

    Max Motta e o pai, Carlos Motta, durante o SPFW (31/01/2011)

O pai de Max, o arquiteto Carlos Motta, explicou o motivo do receio prematuro. “Não era a nossa área. Fiquei assustado pelo lado efêmero da moda, dos picos muito rápidos. Pensava no que ia acontecer com o surfe, que era o mais importante. Mas ele continuou surfando, sendo um menino saudável”, disse.

O mercado masculino de modelos difere bastante do feminino, especialmente em relação às aspirações. Enquanto as meninas sonham em “ser Gisele”, os rapazes mantêm o pé no chão e encaram a profissão como um trabalho, sem glamourização. Não tem muito isso de querer virar top. É mais sobreviver, aproveitar o momento e viajar bastante”, disse Francisco. “E conhecer mulheres”, completou Max, com um sorriso maroto.

As diferenças salariais colaboram para essa visão menos romanceada da profissão, com as meninas recebendo cachê proporcionalmente muito maiores. “Fico até deprimido de ver quanto as gurias ganham”, comentou Francisco. “Mas também temos de ter a noção de que mulher vende muito mais”, ponderou Max.

As pressões no dia a dia acabam sendo proporcionais, um pouco mais leves, sem necessidade de ficar regulando exageradamente o que e quanto se come. “Eu tenho até que ganhar um pouco de peso”, disse Max. A questão para os meninos acaba girando em torno do desenvolvimento dos músculos. Francisco, por exemplo, contou já ter sido alertado por “estar muito forte”. “Em Paris, os caras são muito magros. Fiz Dior, mas quando tinha 17 anos”, disse. “Eles [marcas, bookers, revistas etc] pegam a gente ainda em fase de desenvolvimento”, completou Max.

Para o trio, não há um equivalente masculino das “angels” da grife Victoria’s Secret, ponto alto na carreira das meninas. Nem campanhas de cuecas da Calvin Klein? “Não, não! Quanto mais roupa, melhor!”, brincou Evandro