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De volta, Paula Raia propõe luxo despojado com ideias sustentáveis

Da Redação

16/06/2011 14h41

Ficha técnica

Inspiração: Movimento feminino do street dance com proporções masculinas
Tecidos: Fibras naturais
Formas: Recortes geométricos
Cores: Branco, off-white, marinho, laranja, coral, vermelho
Direção criativa: Paula
Styling: Equipe Paula Raia
Direção de desfile: Paulo Borges e Augusto Mariotti
Trilha Sonora: Dany Rolland
Beleza: Ricardo dos Anjos

Nota da editora: Paula Raia está de volta. Em fase solo, na marca que agora carrega apenas o seu sobrenome (e nome), a estilista traz o espírito da extinta Raia de Goye para o seu verão. Formas amplas, peças elegantemente confortáveis, muitos recortes vazados. Em vários looks, porém, dá um passo além. Deixa de lado o excesso destes recortes que às vezes acabam "sujando" ou imprimindo uma imagem falsamente alternativa à roupa. Também se contém na amplidão e nos tecidos esvoaçantes. Tiras de tecido, como se fossem franjas presas, aparecem em alguns dos melhores looks, como o da camisa caramelo com jabô (aquele babado da roupa de época masculina) formado por ondulações estruturadas destas tiras e também no colete creme com estas tiras presas em listras verticais, com textura, acompanhado de um vestido tubo no mesmo tom com delicados vazados em detalhes. Outro bom momento da coleção é o do look que mistura o vestido quase hippie, curto, em laranja terroso com o colete quadriculado em vinho.

Tecidos naturais como o -linho e a proposta de usar o máximo o possível de materiais não-degradáveis em todo o dia a dia da empresa, além da adoção de um mocassim de lona feito por uma ONG tornam ainda mais simpática a proposta de Paula de criar uma roupa para estas mulheres ricas, que a adoram (a Raia de Goye, pelo menos, era bem cara, vendida na Daslu), vendendo não só uma imagem, mas de fato uma atitude menos arrogante e insegura (grandes arroubos de exibicionismo de poder e luxo geralmente passam recibo de insegurança do autor), e um pouco mais relaxada e inclusiva. Para este público da "alta sociedade paulistana", aliás, a estilista abriu as portas da própria casa, no Jardim Europa, onde aconteceu o desfile. A casa, porém, com exceção da entrada, não interagiu com as roupas, uma vez que foi montada uma estrutura de arquibancada idêntica à de um desfile convencional no jardim. (Carolina Vasone)