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Casais contam como aprenderam a lidar com as manias e as diferenças na vida a dois

AMANDA SERRA

Da Redação

16/09/2011 16h03

Compreensão, paciência e respeito são algumas características necessárias para que a convivência a dois não se torne um pesadelo. Opiniões opostas, manias e diferentes maneiras de lidar com os problemas acontecem em todo relacionamento. Essas situações exigem boa comunicação entre o casal e bom senso para saber a hora de ser firme ou ceder.

A convite do UOL Comportamento, três casais que estão passando ou já passaram pelo momento de “choque” ao juntar as escovas de dentes contam suas experiências. Eles revelam o que mais incomoda na relação e o que é possível mudar para deixá-la melhor. E especialistas dão dicas de como fazer o seu relacionamento dar certo – mesmo nos momentos de tensão.

 

Para um relacionamento saudável

A psicóloga, sexóloga e terapeuta de casais Ana Canosa conta o que é preciso para lidar com as manias e a individualidade no relacionamento.
“As pessoas se casam sem ter uma clara ideia de compromisso. Estão muito focadas em si mesmas e não sabem dividir o espaço. Este problema faz com que muitos casamentos acabem. Saber que o outro está ao seu lado acalma ciumentos e aproxima os dois. É ideal que o casal tenha um tempo para si e saiba privilegiar o que o é bom, como ficar à toa no sofá de vez em quando. Criar estratégias e trabalhar em grupo para resolver problemas são boas maneiras de colocar estas regras em prática.”
“É preciso saber dividir e é necessário estabelecer limites de convivência, para evitar a marcação. O olhar obsessivo para o outro é muito ruim. A relação precisa ser baseada no companheirismo, não na submissão. Cada um precisa manter sua própria autonomia. Se um acorda às 8h no fim de semana, não precisa acordar o outro no mesmo horário. Não adianta ficar mostrando ao parceiro que ele tem de funcionar igual a você. Os ritmos são diferentes e é preciso ter noção disso. Já se é um assunto comum ao casal, aí sim dá para exigir que o outro se encaixe na rotina. O ideal é encontrar saídas boas para ambos. Cada um precisa ter um espaço próprio e lidar com este à sua maneira. Não é porque casou que você terá de parar de sair ou fazer coisas de que gosta. Negociar espaços, fazer vista grossa, elogiar e tirar o melhor do outro é essencial. Dividir as tarefas também. Não se deve ser rígido com regras, a vida é muito movimentada para isso e o ser humano está em constante mutação.”
“Tem coisas que dá para deixar de fazer e que não irão prejudicar ninguém. Por exemplo, não lavar a louça logo após o jantar. Muitos hábitos são heranças de família; estes são mais fáceis de deixar de lado. Já as manias de personalidade são mais complicadas. O ideal é a pessoa organizada deixar um cômodo da casa para a pessoa desorganizada, para que ela possa sentir que a residência também é dela. É necessário acolher o outro, mesmo nas características que não são tão confortáveis para você. Se não sabe ceder, não é aconselhável que você divida o mesmo ambiente com outra pessoa, pois o outro pode virar submisso. É muito complicado conviver com uma pessoa controladora, isso dificulta a relação amorosa. Também é difícil viver com alguém sem controle. Por isso, é necessário cada um cumprir suas obrigações dentro de casa.”