Na Chanel, sereias de botinha prateada desfilam em oceano branco
Karl Lagerfeld tem não só anos, como décadas de praia. E a moda, no mar ou em terra firme, é o seu "habitat" natural. Por isso, transportar os "tailleurs" Chanel para o oceano não parece proposta difícil de ser executada. E foi o que o diretor criativo da maison francesa fez nesta terça (4).
Mais do que incorporar o universo aquático de conchas, algas e escamas de peixe à coleção para o Verão 2012, Lagerfeld, aos 73 anos (ou 78, há um mistério em torno da idade do alemão), consegue, a cada estação, tornar jovem o estilo da marca que já foi considerada antiga, para senhoras ricas. Como executar tamanha façanha? Que tal usar o icônico conjunto de "tweed" Chanel com botinhas prateadas de cano curto e salto baixo?
No Grand Palais (onde sempre acontece o desfile), o oceano da Chanel era inteiro branco. Bolhas de ar, conchas e algas gigantes ocupavam o centro da passarela, em volta da qual convidados e jornalistas do mundo inteiro eram separados em nichos na arquibancada (acima do "bloco" do Brasil, por exemplo, havia o da Índia. O que será que isso significa, em termos de mercado?). Uma Thurman estava entre as convidadas da primeira fila a assistir os "taiullers" com saias justas, tipo lápis e jaquetas curtas passarem, em tom de creme, acompanhados das tais botinhas que certamente serão "hit" da próxima temporada.
Um dos trunfos dos desfiles da Chanel, a trilha sonora assinada por Michel Gaubert ganhou companhia de um "peixe fresco" musical. A britânica Florence Welch cantou ao vivo durante parte da apresentação e encarnou, com seus cabelos vermelhos, uma versão luxuosa da "Pequena Sereia".
No detalhe, a botinha prateada da Chanel,
que promete ser o "hit" da temporada
O espírito rock&roll também garantiu juventude e uma certa rebeldia às pérolas da Chanel , que neste desfile, por conta da temática, apareceram aos montes, em fileira contornando as orelhas num brinco, bordadas nas saias no lugar do cinto, enfeitando os cabelos. Assim, os babados eram irregulares, às vezes desfiados propositalmente, para dar um aspecto sem polimento à riqueza de arregalar os olhos dos tecidos com efeito brilhante, ora furtacor, ora leitoso.
Os volumes de ondas de babados nas mangas e quadris, enormes, macios e felpudos, foram quebrados por "corsets" tipo armadura, que moldavam e aprisionavam uma parte do corpo das modelos, com a rigidez das conchas de mariscos e outros animais marinhos que convivem com a relação complexa entre as texturas contraditórias de seus corpos e de suas carapaças.
Ao fim, entre "tweeds", pérolas, babados, bordados, comprimentos curtos e longos, com pretos e branco, mas também verdes, rosas e azuis claros, Karl Lagerfeld mais uma vez garantiu as próximas gerações de clientes da Chanel e deixou satisfeitas as velhas habitués da marca.
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