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Liberte-se do xadrez! Veja opções para variar deste clássico do guarda-roupa masculino

Opções de camisas para fugir do xadrez - Montagem/UOL
Opções de camisas para fugir do xadrez Imagem: Montagem/UOL

RICARDO OLIVEROS

Colunista do UOL

28/11/2011 07h00

Camisa xadrez é um clássico do guarda-roupa casual. Há, porém, boas alternativas para variar quando quiser sair para jantar, ir a festas informais ou passear nos finais de semana. Aproveite o verão para investir na onda retrô que trouxe de outras décadas as peças em jeans, as estampas florais, o estilo "navy" (marinheiro), assim como colarinhos e punhos em cores contrastantes. Afinal, ter um acervo de camisas em xadrez pode dar a impressão de que você está sempre com a mesma roupa. Ou que não tem imaginação!

Para te ajudar nesta missão de libertar-se (não livrar-se, afinal, o xadrez é um ótimo aliado de estilo) desta escravidão de padronagem, conheça as camisas que estarão em alta no verão e veja dicas de como usá-las.

1. Camisa jeans

Na verdade esta peça é feita em “chambray”, um tecido parecido com o jeans, mas bem mais leve. Ela foi usada no começo do século 20 como parte do uniforme da marinha americana. Entrou na moda na década de 1980 e foi muito usada no “casual friday”, que surgiu nos Estados Unidos, onde as empresas permitiam que os funcionários usassem roupa casual nas sextas-feiras. Sua volta se deu no inverno de 2010 e continua firme e forte para o verão.

Este modelo de camisa pode ser usado com calças claras de chino, linho, algodão, tanto abertas com camiseta por baixo para um conjunto mais despojado quanto fechadas por fora da calça, quando precisar parecer mais arrumado. Uma tendência forte é usá-la com calça jeans, em visuais monocromáticos, ou seja, com tudo no mesmo tom ou em contraste, com uma peça em cor mais escura e a outra, mais clara.

2. Camisa floral

A estampa "liberty" é feita de flores miúdas e tem um fato interessante na sua história. Uma das correntes ou nomes que o Art Nouveau - movimento artístico do seculo 19, que se inspirava nas formas da natureza aplicadas na arquitetura e design - recebeu foi o “liberty”.  O nome tem origem em sir Arthur Lasenby Liberty, dono de uma loja inglesa de decoração, relógios, joias, tapetes e tecidos. Em 1884, Liberty começou a mostrar desenhos florais no estilo que leva seu sobrenome, e tecidos fabricados com esta estampa. A famosa dançarina Isadora Duncan tinha vestidos com tecidos de lá, o escritor Marcel Proust os usava em gravatas. Sua fama conseguiu sobreviver ao "art nouveau" e seus tecidos foram aproveitados por grandes estilistas como Paul Poiret, Yves Saint Laurent e Cacharel. Esta história foi contada pelo museu Victoria & Albert de Londres em uma grande exposição em 2008.

As camisas com esta estampa estão de volta e são fáceis de combinar com jeans ou num conjunto elegante com calças claras de alfaiataria em linho. Além das estampas miúdas, temos as flores maiores. Neste caso, procure algum tom dominante para fazer combinações ou use com jeans e bermudas em tons pastel para não ter erro.

3. Camisa azul

A influência militar na moda é maior do que se imagina. Muitas peças que usamos tem origem no exército, na marinha e na aeronáutica. O estilo “navy” (naval ou marinheiro em inglês) é um deles. A estilista Coco Chanel causou furor quando lançou, nos anos 1920, uma camiseta listrada usada com calça azul marinho. De lá para cá, a inspiração em motivos náuticos virou um clássico do verão.

Para não correr o risco de sair fantasiado de marinheiro, experimente combinar a tradicional camiseta listrada com calça ou bermuda brancas e sapato estilo “docksider” ou tênis náutico.

4. Camisas com detalhes diferenciados

Sabia que os colarinhos têm muitas vezes mais importância do que a própria camisa? No período da Renascença (séculos 13 a 17) era moda entre a nobreza usar colarinhos e punhos bem brancos. Já as classes menos favorecidas tinham estas peças separadas para facilitar a lavagem. Este era um dos indícios da separação de classes.  Em 1930, o termo "colarinho branco" foi usado pelo escritor americano Upton Sinclair para designar os trabalhadores de instituições financeiras e burocráticas em oposição aos "colarinho azuis", os de trabalhos braçais. É daí que surge o “crime do colarinho branco”, que por aqui está, infelizmente, na moda.

Cores de colarinhos diferentes da camisa também foram usadas nas décadas de 1930 e 1940 e voltaram a ficar em alta na década de 1980 com os “yuppies”, classe emergente que ficou milionária em transações na Bolsa de Valores. Hoje, além do uso formal de colarinhos destacados, temos versões de camisas casuais com detalhes diferenciados como palas em tecidos diferentes, vista (parte que encobre os botões) em cores contrastantes ou o viés colorido em pontos estratégicos como bolsos e punhos.

Estas camisas podem ser usadas de maneira mais elegante com calças de alfaiataria e de forma casual com jeans. Correndo por fora temos a bata, camisa tipo "pijama" e estampas de bolinhas, que começaram a aparecer no Hemisfério Norte há duas temporadas.

5. Camisas em xadrez “vichy”

O “vichy” é um xadrez bicolor tendo como base o branco e surgiu na cidade francesa de mesmo nome. Era usado nos vestidos de verão no final do século 19 e atingiu seu auge nas décadas de 1950 e 1960, quando foi usado em todas as peças femininas, como saias, calças, biquínis. A partir desta época começou a aparecer também nas camisas masculinas.

Por ser o mais simples dos xadrezes e ter muito branco, o "vichy" é ideal para o verão e combina com jeans, calças claras ou escuras e bermudas lisas. As camisas com mangas longas podem ser dobradas e usadas com camisetas por baixo para uso noturno ou em dias de menos calor, enquanto as de manga curta enfrentam o dia todo.