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Cabeleireiro ensina a tingir e retocar o cabelo em casa com resultado próximo ao do salão

Com as dicas dos cabeleireiros é possível tingir os cabelos em casa e chegar a um resultado de salão  - Thinkstock
Com as dicas dos cabeleireiros é possível tingir os cabelos em casa e chegar a um resultado de salão Imagem: Thinkstock

ALINE DINI

Colaboração para o UOL

29/11/2011 10h48

Baixo custo, variedade de cores e a promessa de colorir e tratar os fios ao mesmo tempo são algumas das justificativas das brasileiras que optam por tingir seus próprios cabelos. Segundo pesquisa feita em 2010 pela L’Oréal, 79% das brasileiras tingem os fios, sendo que 41% delas fazem a aplicação em casa. A diferença de preço é significativa; nas prateleiras de supermercados, farmácias e perfumarias o preço da caixinha varia de R$ 7,50 a R$ 22 enquanto que realizar a técnica com um profissional dificilmente sai por menos de R$ 60. Tem ainda a praticidade de uso, já que os kits vêm com o tubo de coloração e o frasco de creme revelador nas doses exatas para serem misturados; sem contar que alguns trazem ainda pente aplicador, luvas de plástico ou silicone e sachê de tratamento para aumentar a durabilidade da cor.

Apesar de tantos benefícios, é bom lembrar que tinta não clareia tinta. “E se insistir em usar uma coloração mais clara do que o seu tom atual, corre o risco de ficar com a raiz de uma cor e o comprimento de outra”, avisa o cabeleireiro Eron Araújo, de São Paulo. Isso explica porque é melhor não tentar se transformar em loira em casa. “Esse caso exige técnica e precisão profissional para evitar danos e resultado artificial. Afinal, antes de começar o processo de clareamento é preciso remover a cor anterior dos fios”, diz a cabeleireira Jô Nascimento, do espaço que leva o seu nome, em Limeira (SP).

Para acertar a mão e chegar o mais próximo possível do efeito obtido no salão, siga as orientações da bula que vem na caixinha de coloração e coloque estas dicas em prática:

Faça o teste de alergia cutânea As colorações em caixinha podem provocar reação alérgica. Daí a importância de fazer a prova de toque 48 horas antes de cada utilização. Para isso, retire os brincos e passe o colorante atrás da orelha em uma área de um centímetro quadrado. Reaplique três vezes, deixando secar a cada intervalo. Se depois disso a pele da região não ficar vermelha nem coçar ou descamar, pode aplicar a química sem problema. Em tempo: o teste deve ser feito mesmo que você já tenha usado anteriormente a marca e também se fez tatuagem de hena preta em algum momento da vida, pois pode ter se tornado sensível à química sem saber. E não aplique a tintura se já apresentou alguma sensibilidade a ela ou está com o couro cabeludo irritado ou lesionado.
Calcule quantas caixinhas de coloração você vai precisar O cálculo é feito de acordo com a espessura, a quantidade e o comprimento do cabelo. “Para os finos, curtos ou médios, um kit é suficiente enquanto que para os longos, grossos ou volumosos são necessários de dois a três”, diz Jô Nascimento.
Fique atenta ao número da cor Além do nome da cor, como chocolate Ivete e loiro natural, toda caixinha de coloração traz uma numeração. “As que têm um número só, que podem variar de um a dez acompanhados ou não do zero, são chamadas de cores fundamentais por serem mais próximas às naturais do cabelo; enquanto as que têm dois ou três números, são as cores fantasias”, explica o cabeleireiro Eron Araújo. Segundo ele, somente as cores fundamentais cobrem até 100% dos brancos, mas quem faz questão de usar uma coloração fantasia, como cobre-dourado, deve misturar a ela e em partes iguais um tom fundamental com número idêntico ao primeiro número da cor fantasia.
Analise a textura do seu cabelo para escolher a coloração Eron Araújo avisa que cada espessura de fio reage de forma diferente à tintura, por isso ela também dita a escolha da cor. “Como o grosso é o mais resistente de todos, é preciso aplicar nele dois tons mais claros do que o desejado; ou um tom mais claro no caso do fio ter espessura média e exatamente a mesma nuance se ele for fino”, completa o especialista.
Tire a prova de que escolheu o tom certo Lembre-se que os quadros impressos na caixinha mostrando três resultados de antes e depois do uso da coloração são apenas uma referência. “Na dúvida se escolheu a cor certa, separe uma mecha de cabelo de espessura média da região da nuca e aplique a mistura, deixando agir pelo tempo estipulado na bula. Depois de enxaguar os fios, seque com secador para verificar se o tom é mesmo o que você deseja”, ensina Jô Nascimento.
Não lave a cabeça no dia de tingir Como a limpeza remove o sebo, que também funciona como uma proteção, o couro cabeludo pode arder em contato com a tinta.
Evite manchas na pele Para os pigmentos da tinta não penetrarem na pele é preciso criar uma barreira. Espalhar óleo de amêndoas ou de cravo ao redor do rosto, na nuca e nas orelhas evita manchas, que demoram até dois dias para desaparecer, além de não interferir na ação da coloração nem irritar a pele.
Comece a pintar pelos brancos Por não terem pigmento, a tinta demora mais a agir nos brancos, que geralmente estão localizados na parte da frente e nas laterais da cabeça.
Cuidado para não “apagar” as luzes Para evitar isso, quem tem mechas e vai retocar a raiz deve usar um pincel pequeno e fino e aplicar a tinta somente na parte que cresceu do cabelo.
Não abafe o cabelo enquanto a tinta age Muita gente gosta de colocar touca plástica na cabeça para evitar que a coloração escorra. Não precisa, pois os produtos de hoje têm textura creme. Além disso, o calor provocado pela touca acelera a ação da química, aumentando as chances do cabelo manchar. Bom mesmo é deixar os fios ‘respirarem’, prendendo-os em coque com uma garra ou mantendo-os soltos – nesse caso, forre as costas com um tecido ou um plástico para não manchar a pele.
Aplique a coloração em sentido contrário no cabelo virgem Como o couro cabeludo é quente, a raiz pigmenta mais rápido do que o restante do cabelo. “Daí a importância de passar a tinta primeiro nas pontas, depois no comprimento e, por último, na raiz”, recomenda Eron Araújo.
Para passar a tinta, o cabelo pode estar seco ou úmido Porém, quando está seco, fica mais fácil separar e pegar as mechas, além de verificar se a química foi espalhada exatamente onde deveria ser.
Capriche no enxágue Só pare de jogar água quando notar que ela sai cristalina do cabelo. Dessa forma, você evita manchas tanto nos fios quanto na toalha, na roupa e na pele.