Cabeleireiro ensina a tingir e retocar o cabelo em casa com resultado próximo ao do salão
Baixo custo, variedade de cores e a promessa de colorir e tratar os fios ao mesmo tempo são algumas das justificativas das brasileiras que optam por tingir seus próprios cabelos. Segundo pesquisa feita em 2010 pela L’Oréal, 79% das brasileiras tingem os fios, sendo que 41% delas fazem a aplicação em casa. A diferença de preço é significativa; nas prateleiras de supermercados, farmácias e perfumarias o preço da caixinha varia de R$ 7,50 a R$ 22 enquanto que realizar a técnica com um profissional dificilmente sai por menos de R$ 60. Tem ainda a praticidade de uso, já que os kits vêm com o tubo de coloração e o frasco de creme revelador nas doses exatas para serem misturados; sem contar que alguns trazem ainda pente aplicador, luvas de plástico ou silicone e sachê de tratamento para aumentar a durabilidade da cor.
Apesar de tantos benefícios, é bom lembrar que tinta não clareia tinta. “E se insistir em usar uma coloração mais clara do que o seu tom atual, corre o risco de ficar com a raiz de uma cor e o comprimento de outra”, avisa o cabeleireiro Eron Araújo, de São Paulo. Isso explica porque é melhor não tentar se transformar em loira em casa. “Esse caso exige técnica e precisão profissional para evitar danos e resultado artificial. Afinal, antes de começar o processo de clareamento é preciso remover a cor anterior dos fios”, diz a cabeleireira Jô Nascimento, do espaço que leva o seu nome, em Limeira (SP).
Para acertar a mão e chegar o mais próximo possível do efeito obtido no salão, siga as orientações da bula que vem na caixinha de coloração e coloque estas dicas em prática:
Faça o teste de alergia cutânea As colorações em caixinha podem provocar reação alérgica. Daí a importância de fazer a prova de toque 48 horas antes de cada utilização. Para isso, retire os brincos e passe o colorante atrás da orelha em uma área de um centímetro quadrado. Reaplique três vezes, deixando secar a cada intervalo. Se depois disso a pele da região não ficar vermelha nem coçar ou descamar, pode aplicar a química sem problema. Em tempo: o teste deve ser feito mesmo que você já tenha usado anteriormente a marca e também se fez tatuagem de hena preta em algum momento da vida, pois pode ter se tornado sensível à química sem saber. E não aplique a tintura se já apresentou alguma sensibilidade a ela ou está com o couro cabeludo irritado ou lesionado. |
Calcule quantas caixinhas de coloração você vai precisar O cálculo é feito de acordo com a espessura, a quantidade e o comprimento do cabelo. “Para os finos, curtos ou médios, um kit é suficiente enquanto que para os longos, grossos ou volumosos são necessários de dois a três”, diz Jô Nascimento. |
Fique atenta ao número da cor Além do nome da cor, como chocolate Ivete e loiro natural, toda caixinha de coloração traz uma numeração. “As que têm um número só, que podem variar de um a dez acompanhados ou não do zero, são chamadas de cores fundamentais por serem mais próximas às naturais do cabelo; enquanto as que têm dois ou três números, são as cores fantasias”, explica o cabeleireiro Eron Araújo. Segundo ele, somente as cores fundamentais cobrem até 100% dos brancos, mas quem faz questão de usar uma coloração fantasia, como cobre-dourado, deve misturar a ela e em partes iguais um tom fundamental com número idêntico ao primeiro número da cor fantasia. |
Tire a prova de que escolheu o tom certo Lembre-se que os quadros impressos na caixinha mostrando três resultados de antes e depois do uso da coloração são apenas uma referência. “Na dúvida se escolheu a cor certa, separe uma mecha de cabelo de espessura média da região da nuca e aplique a mistura, deixando agir pelo tempo estipulado na bula. Depois de enxaguar os fios, seque com secador para verificar se o tom é mesmo o que você deseja”, ensina Jô Nascimento. |
Não lave a cabeça no dia de tingir Como a limpeza remove o sebo, que também funciona como uma proteção, o couro cabeludo pode arder em contato com a tinta. |
Evite manchas na pele Para os pigmentos da tinta não penetrarem na pele é preciso criar uma barreira. Espalhar óleo de amêndoas ou de cravo ao redor do rosto, na nuca e nas orelhas evita manchas, que demoram até dois dias para desaparecer, além de não interferir na ação da coloração nem irritar a pele. |
Comece a pintar pelos brancos Por não terem pigmento, a tinta demora mais a agir nos brancos, que geralmente estão localizados na parte da frente e nas laterais da cabeça. |
Cuidado para não “apagar” as luzes Para evitar isso, quem tem mechas e vai retocar a raiz deve usar um pincel pequeno e fino e aplicar a tinta somente na parte que cresceu do cabelo. |
Não abafe o cabelo enquanto a tinta age Muita gente gosta de colocar touca plástica na cabeça para evitar que a coloração escorra. Não precisa, pois os produtos de hoje têm textura creme. Além disso, o calor provocado pela touca acelera a ação da química, aumentando as chances do cabelo manchar. Bom mesmo é deixar os fios ‘respirarem’, prendendo-os em coque com uma garra ou mantendo-os soltos – nesse caso, forre as costas com um tecido ou um plástico para não manchar a pele. |
Aplique a coloração em sentido contrário no cabelo virgem Como o couro cabeludo é quente, a raiz pigmenta mais rápido do que o restante do cabelo. “Daí a importância de passar a tinta primeiro nas pontas, depois no comprimento e, por último, na raiz”, recomenda Eron Araújo. |
Para passar a tinta, o cabelo pode estar seco ou úmido Porém, quando está seco, fica mais fácil separar e pegar as mechas, além de verificar se a química foi espalhada exatamente onde deveria ser. |
Capriche no enxágue Só pare de jogar água quando notar que ela sai cristalina do cabelo. Dessa forma, você evita manchas tanto nos fios quanto na toalha, na roupa e na pele. |
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