Parceria entre Fashion Rio e Fashion Business é cogitada; organizadores do evento negam
Desde que Paulo Borges, o criador do São Paulo Fashion Week e diretor geral do Fashion Rio, anunciou em coletiva de imprensa o possível fim da edição de inverno da temporada carioca, não se fala em outra coisa no mundo da moda. Ainda que nada tenha sido confirmado, especulações começaram a ser feitas sobre o futuro da temporada de inverno no Rio.
Segundo Borges, a ideia, até 2016, era configurar um calendário com duas semanas de verão por ano (uma em SP, outra no Rio), duas de alto verão (idem) e uma de inverno. O provável local de realização desta filha única friorenta seria o São Paulo Fashion Week, para onde migrariam as marcas do Fashion Rio para mostrar suas coleções invernais.
Look masculino de Herchcovitch para o Inverno 2012
Em meio à polêmica – a maior parte das marcas discorda que o Rio não precise de coleções de inverno -, veio à tona a informação de que os dois eventos uniriam forças. Negociações estariam em andamento para que o Fashion Business assumisse a edição de inverno dos desfiles cariocas e abrigasse as apresentações das marcas do Fashion Rio. No verão, haveria um intercâmbio de algumas marcas do Business para a passarela do evento de Paulo Borges.
Tanto Paulo Borges quanto Eloysa Simão (diretora do Fashion Business) negam esta possibilidade. Borges afirmou, por meio de sua assessoria, que a informação não procede. Eloysa também diz desconhecer a informação. “O foco do Fashion Business não são os desfiles”, afirmou, categórica, em entrevista ao UOL, na última quarta (11), reiterando a vocação de negócios de sua feira.
A psicologia do inverno
Enquanto o destino do inverno nas temporadas de moda do Rio não é definido, estilistas e marcas se posicionam sobre o assunto. “Vou continuar a fazer coleções de inverno porque a moda precisa desta sazonalidade”, diz o paulista Alexandre Herchcovitch, que desfila no Fashion Rio sua marca de jeans.
Look da Sacada para o Inverno 2012, desfilado no Fashion Business
Para a Sacada, uma das principais grifes do mercado carioca, o inverno, surpreendentemente, é importante tanto em termos “psicológicos” como mercadológicos. “A estação é um vetor que define uma coleção. Você precisa desta mudança para o cara querer renovar o guarda-roupa”, acredita Francisco Lucas, diretor comercial do grupo de moda Sacada (moda feminina adulta), Oh Boy! (moda jovem feminina) e Addict (moda masculina jovem), cujas coleções são vendidas para 900 multimarcas em todo o Brasil. A Sacada, a “marca mãe”, existe há trinta anos e tem 25 lojas em todo o país. O grupo disputa o posto do que mais vende peças no Fashion Business, tanto no inverno quanto no verão. “Se você for ver o resultado de vendas, esta é uma estação [para o Inverno 2012] forte”, afirma Beti Speiski, criadora e dona da Sacada.
Mineiro sediado há dez anos no Rio, queridinho de famosas como Luiza Brunet e Adriana Birolli, Victor Dzenk é outro campeão de vendas no Fashion Business. Ele conta que a maior parte dos negócios de sua grife é feita para cidades de praia, inclusive fora do país (ele tem 22 pontos de venda no exterior, com destaque para Dubai). Mesmo assim, não dispensa o inverno. “A indústria de moda não sobrevive de uma só estação. E o alto verão nem é tão importante assim”, acredita o estilista. “Mesmo a cliente de Belém quer ter uma estampinha, que seja, com cara de inverno”, completa.
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