Saiba como o estresse impacta na pele e o que fazer para reverter o jogo a seu favor
O estresse é quase tão nocivo quanto o fumo para o envelhecimento da pele. Palavras do dermatologista Murilo Drummond, professor titular do Instituto de Pós-Graduação Médica Carlos Chagas, no Rio de Janeiro. Isso acontece porque uma situação tensa altera o ritmo de funcionamento do organismo que, entre outras coisas, acaba priorizando a oferta de sangue para órgãos como o pulmão e o coração. “Com menos nutrientes e oxigênio chegando à pele, ela reduz a capacidade de fazer a renovação celular e de produzir colágeno. Daí é questão de tempo para o rosto perder o viço, ficar pálido e com uma textura diferente, envelhecida”, descreve o médico.
Outro impacto do estresse na pele é o aumento dos radicais livres. “O corpo tem capacidade para combater esses vilões que aceleram o envelhecimento cutâneo, mas deixa de dar conta quando a produção deles é exagerada”, completa o dermatologista Marcelo Bellini, de São Paulo. Resultado: além da deterioração do colágeno, há mais destruição do que produção de novas células cutâneas. Na prática, a pele deixa de reter água como se deve e torna-se ressecada, flácida e sem brilho. “Junte a isso o aumento do suor numa situação estressante, que pode levar à desidratação; a tensão dos músculos da face, o que não só causa rugas como aprofunda as já existentes; e o estímulo das glândulas sebáceas a formarem mais sebo, deixando a pele oleosa e com tendência a acne”, diz a médica Carla Sallet, de São Paulo, especialista em medicina estética e autora do livro “Belíssima” (editora Conex).
Tem solução
Como é praticamente impossível não se estressar, o saída é tentar amenizar o impacto no organismo. Isso pode ser feito com uma alimentação saudável, para oferecer mais nutrientes ao corpo; o aumento da ingestão de líquidos, a fim de reforçar a hidratação; e a prática regular de exercícios, para produzir serotonina e outras substâncias que tragam relaxamento e bem-estar. “Também vale a pena investir nos suplementos, em especial os que trazem antioxidantes, como licopeno e as vitaminas E e C, para diminuir a ação dos radicais livres na pele, zinco e cobre, que promovem a renovação celular, e silício orgânico para estimular o colágeno”, recomenda Marcelo Bellini, que lembra que é importante consultar um especialista para fazer uma fórmula personalizada.
Cosméticos e tratamento dermatológico também ajudam, e muito. No primeiro caso, entre as melhores pedidas estão o filtro solar FPS 30+ e os produtos que estimulam o colágeno e a hidratação, como os elaborados com silício orgânico, aquaporinas e ácido hialurônico. Há ainda ativos que aumentam a firmeza, ação do tensine e do raffermine, por exemplo; promovem a regeneração celular, caso do matrixyl, do alistin e do pantenol; e combatem os radicais livres, tarefa para as vitaminas C e E.
Já no consultório as opções são luz intensa pulsada, que melhora a textura da pele; radiofrequência ou laser fracionado, para estimular o colágeno; ou peeling de ácido retinoico ou glicólico, para favorecer a renovação celular. “A recuperação da pele costuma acontecer após três meses de uso continuo dos cremes, mas a hidratação é mais imediata, em duas ou três semanas, enquanto o colágeno e a renovação celular exigem três meses”, conclui Marcelo Bellini.
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