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Reforma da peça e ensaio fotográfico são ideias para reaproveitar o vestido depois do casamento

Daniela Adoni Varon, 29 anos, pegou a renda do vestido de noiva e fez outra peça de festa - Fernando Donasci/UOL
Daniela Adoni Varon, 29 anos, pegou a renda do vestido de noiva e fez outra peça de festa Imagem: Fernando Donasci/UOL

Natália Zonta

Do UOL, em São Paulo

15/08/2012 07h20

As noivas levam dias para escolher um vestido e outras boas semanas para ajustá-lo ao corpo e deixá-lo perfeito para o “grande dia”. Mas, depois da cerimônia, muitas mulheres ficam sem saber o que fazer com o vestido branco tão desejado. As mais sentimentais guardam a peça. Já as menos apegadas arrumam maneiras de recicla-la.

Entre as mais corajosas, que não têm medo de arriscar, é comum a reforma do vestido. Após a festa, elas mandam a peça para uma costureira de confiança ou ao próprio ateliê que confeccionou a roupa e pedem para mudar a cor e o comprimento.

No entanto, quem pensa em reaproveitar o vestido branco precisa ter cautela e pensar em alguns detalhes antes de comprá-lo. “Quando a noiva já chega com a ideia de usá-lo novamente, temos o cuidado de fazer a peça inteira com um mesmo tipo de tecido --geralmente, a seda. Dessa maneira, ele não ficará manchado com o tingimento. Quando as fibras são diferentes, cada pedaço fica de uma cor”, explica Andrea Garcia, da confecção Studio Pilar.

  • Fernando Donasci/UOL

    Daniela veste a roupa de festa que mandou fazer, aproveitando a renda do vestido de noiva


Os cuidados, no entanto, não se limitam apenas aos tecidos. “Quando há um drapeado, por exemplo, o tingimento não sai perfeito. Fica um efeito manchado. Uma solução é aplicar renda onde há diferença de tonalidade”, afirma Estela Noyama, estilista do ateliê Lourdinha Noyama Noivas.

Também é preciso ter atenção à linha usada na costura e até mesmo ao zíper. Dependendo do material, a tinta não pega e a recém-casada só vai conseguir estragar a peça. Mudar um vestido por completo também é um custo a mais. Dependendo do tipo de reforma, o serviço pode chegar a R$ 2 mil.

Um vestido, duas peças

A atriz Daniela Adoni Varon, 29 anos, optou por um meio termo. Sabendo que a reforma total não seria perfeita, ela retirou a renda do vestido e, com o tecido, mandou confeccionar outra roupa. “O que sobrou virou acervo pessoal, já usei até em cenário de uma de minhas peças”, conta. “Gastei cerca de R$ 1.500 para fazer o novo vestido e, inclusive, já o usei em festas de casamento. A maioria das pessoas nem nota que era parte do meu vestido.”

Um dos locais que realiza esse tipo de trabalho é a marca Acquastudio, localizada na capital paulista. “A melhor saída é aproveitar apenas uma parte do vestido. Muitas recém-casadas utilizam a renda e, para tirar o aspecto de noiva, colocam um fundo preto ou azul-marinho”, diz Priscila Panariello, assistente de estilo do espaço.

Outra opção para quem não quer arriscar e tingir o tecido é cortar a peça para usá-la no Réveillon. “Casei com um vestido curto, mais moderno. Depois, mandei tirar alguns detalhes e passei a noite de Ano-Novo com ele. Agora, ele já virou uma blusa”, conta Karina Marins Fiorentini, 38, que se casou em 2008.

Ainda há algumas mulheres que reciclam outras partes do traje do casório de maneiras mais criativas. “Tive uma cliente que usou o véu como mosqueteiro do berço do filho. Achei a ideia ótima”, revela Gisele Dias, proprietária do ateliê A Modista.

Trash the dress

  • Evandro Rocha/Divulgação

    A noiva Camille não teve receio de estragar o vestido de noiva ao fazer um ensaio ao estilo "trash the dress" em Ilhabela, no litoral de SP

A reforma completa não é a única alternativa para ter a chance de usar o vestido de noiva mais uma vez. Outra opção é vesti-lo em um ensaio fotográfico pós-festa, como fez Camille Souza, 29 anos. Ela se casou em 2010, em Ilhabela, e, logo depois da cerimônia, decidiu fazer fotos no estilo “trash the dress”, no qual as mais ousadas chegam a destruir ou até a queimar a peça.

­­­­­Para fazer as fotos, Camille andou pela praia sem medo da areia e até entrou no mar com o vestido. “Não tive receio de estragar, sabia que, depois de lavado, ele estaria inteiro. Depois, pensei em vendê-lo. Mas, agora que estou grávida de uma menina, penso em guardá-lo para ela”, diz.

Doar ou revender também é prática comum entre as noivas. Quem deseja fazer uma boa ação pode buscar entidades locais que promovem bazares. Em São Paulo, a Unibes retira o vestido na casa da noiva interessada em doá-lo, sem custo algum.

As que desejam recuperar parte do investimento também podem revender a peça. A maioria escolhe sites de venda on-line e blogs especializados para fazer o anúncio. Um dos mais requisitados é o Casando sem Grana, que é focado nas noivas que buscam bons negócios para gastar menos no casamento.