Queda da libido é comum na gravidez, mas manter a intimidade une o casal
Na gestação, o organismo feminino sofre uma série de transformações físicas e emocionais, que variam muito de acordo com o período. Na esteira de tantas mudanças, a libido também pode ficar superinstável. “No primeiro trimestre, as alterações hormonais são maiores, há um aumento na produção de corticoides e progesterona. Tudo isso pode afetar a libido, diminuindo o desejo sexual”, afirma a ginecologista e obstetra Renata Gebara De Grande Di Sessa, do Hospital Santa Catarina, em São Paulo. A hipersensibilidade mamária, as cólicas e as náuseas, comuns nessa fase, também podem diminuir o interesse sexual.
E isso sem falar na questão emocional. “Muitas mulheres ficam bastante inseguras nesses primeiros meses, com medo de perder o bebê, o que evidentemente pode atrapalhar na hora da relação”, diz a ginecologista e obstetra Rosa Neme, do Hospital Israelita Albert Einstein, também na capital paulista.
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No segundo trimestre, é comum que a atividade hormonal se estabilize e que muitos dos medos e resistências do casal já estejam resolvidos, até em função do contato frequente com o médico que faz o pré-natal. É nessa fase que muitas mulheres redescobrem o desejo sexual e muitas até relatam um aumento na libido, fruto da baixa na ansiedade e da satisfação com o seu novo momento de vida, em que se sentem mais femininas e completas.
Por fim, nos últimos três meses, não é raro que mesmo as mulheres que passaram por toda a gravidez tendo relações regularmente acabem diminuindo o ritmo. O crescimento da barriga e os desconfortos associados ao final da gestação, como o cansaço e as dores nas costas, podem impedir que a vida sexual do casal flua naturalmente. Por outro lado, do ponto de vista psicológico, há um aumento considerável da tensão, em razão da proximidade do parto.
Casais bem resolvidos, obviamente, têm mais facilidade de administrar todas essas mudanças e, mesmo nos momentos de baixa na libido, conseguem manter a intimidade, trocando carícias e palavras de afeto, independentemente do contato sexual propriamente dito.
Para Souza, um cuidado importante é que os casais dialoguem bastante durante o período, apoiem-se mutuamente e, no momento da relação, busquem conforto e segurança. “Durante a gravidez, o pai precisa aceitar que quem vai ditar as regras na cama será a mulher. O ideal é procurar sempre as posições mais confortáveis, para que ela realmente se sinta bem.”
No entanto, quando a libido cai drasticamente e o casal começa a se afastar, a melhor solução é procurar um acompanhamento psicológico, uma vez que os problemas provavelmente tenderão a se agravar no pós-parto, com a chegada do bebê.
Sexo sem neuras
As mudanças na disposição para o sexo não ocorrem de maneira idêntica em todas as mulheres. Enquanto algumas se referem a queda no desejo, outras passam pela gestação com a libido a mil por hora. Para essas últimas, a boa notícia é que não há impeditivos para se usufruir plenamente do prazer proporcionado pelo sexo até o final da gravidez.
“Transar não compromete a saúde do bebê nem coloca em risco a gestação”, declara Rosa. A atividade sexual é, inclusive, benéfica para o equilíbrio do casal e aumenta muito o bem-estar materno, funcionando como uma válvula de escape para as tensões.
Apenas em casos de ameaça de abortamento ou risco de parto prematuro, com a ocorrência de placenta baixa, sangramento genital ou dilatações no colo do útero, o ato sexual deixa de ser indicado. Porém, mesmo diante de um diagnóstico do tipo, o casal deve continuar exercitando sua sexualidade de outras maneiras.
“Vale investir em massagens, banhos conjuntos e outras carícias que não envolvam a área genital da mulher”, diz Souza. Tudo isso aproxima o casal, fortalece a união e prepara o terreno para a chegada do bebê e, consequentemente, para a formação de uma família feliz.
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