Roupas feitas com tecidos inteligentes ajudam até a tratar celulite
Até pouco tempo atrás, a tecnologia aplicada aos tecidos atendia apenas às necessidades específicas de determinadas áreas do trabalho, como as de segurança e saúde. Assim, os tecidos inteligentes surgiram para vestir os profissionais que precisavam de coletes à prova de balas e aventais com barreira antimicrobiana, que ajudam a minimizar o risco de infecções hospitalares.
Felizmente, as pesquisas nesse campo serviram para que grandes marcas de roupa incorporassem a tecnologia às suas criações visando objetivos bem diferentes, como hidratar a pele, ativar a circulação e até prevenir e tratar a celulite de quem veste. Grifes esportivas e de moda íntima saíram na frente e, por enquanto, são as que mais utilizam os tecidos inteligentes no mercado brasileiro, mas a tendência é que cada vez mais as roupas tragam vantagens extras, além do efeito visual.
"A nanotecnologia aplicada ao tecido é o que permite que ele tenha um toque mais macio e ofereça conforto térmico, além de outras funcionalidades", explica o engenheiro têxtil Eduardo José Pitelli, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pitelli diz ainda que essa tecnologia também pode tornar a vida do usuário mais prática ao criar tecidos que não amassam, nem encolhem e que sejam mais fáceis de lavar ou passar. "As nano partículas modificam as propriedades físicas e químicas das fibras dos tecidos para agregar novos benefícios a eles", explica.
A serviço da estética
Já é possível encontrar bermudas e leggings feitas de fios com cristais bioativos, que prometem ajudar no combate a um dos maiores pesadelos das mulheres: a celulite. "Os cristais absorvem o calor do corpo humano para devolvê-lo em forma de raios infravermelhos longos. Esses raios estimulam a circulação e funcionam como uma espécie de drenagem linfática, diminuindo o inchaço das células de gordura e atenuando os nódulos", explica Camilla Borelli, coordenadora do departamento de Engenharia Têxtil da Fundação Educacional Inaciana.
Um tratamento químico nas fibras do tecido atribui propriedades hidratantes ou até de proteção solar à roupa. No primeiro caso, partículas de um composto hidratante introduzidas nas fibras têxteis se dissolvem com o calor do corpo e atrito com a pele, que vai se tornando mais macia ao longo do dia. Já para proteger do sol, são aplicadas partículas de dióxido de titânio sobre as fibras, resultando numa proteção equivalente a um FPS 50. "Em poliamida e nylon, esta proteção é permanente. No caso das fibras de algodão, a eficiência na roupa pode durar até 50 lavagens", garante Pitelli.
O mesmo processo químico pode, ainda, perfumar roupas, acrescentando microcápsulas de fragrância nas fibras têxteis. Ao se romperem, estas cápsulas liberam as substâncias aromáticas gradativamente, sem alterar a qualidade ou o aspecto do tecido.
Sob medida para os esportistas
Mas é para os que praticam atividades físicas que as roupas fabricadas com tecidos inteligentes têm maior apelo, já que oferecem as maiores vantagens. Há tecidos especialmente desenvolvidos para impedir que o suor eliminado prejudique a aparência e o bem-estar dos esportistas. "Para manter a roupa seca, o suor deve ser rapidamente absorvido e evaporado. Para isso, as fibras do tecido recebem microcápsulas que provocam a mudança de fase do líquido para o vapor em instantes", esclarece a professora Camilla.
O uso destas mesmas partículas também regula em até três graus a temperatura da pele, de acordo com o engenheiro têxtil Eduardo José Pitelli. Com isso, o tecido ajuda o corpo a se resfriar quando está muito quente e a se aquecer quando está muito frio.
Até o mau cheiro do suor tem jeito. Nesse caso, outro tipo de tratamento feito na fibra têxtil é que evita a proliferação de bactérias. "O suor cria um ambiente favorável aos micróbios, que se proliferam, morrem e dão origem os odores. A partir da aplicação de partículas antimicrobianas nas fibras do tecido, é possível inibir o crescimento dessas bactérias e eliminá-las", finaliza Pitelli.
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