Especialista em camisas brancas ensina a combinar a peça versátil
Montar um guarda-roupa com boas peças-chave é o segredo para um estilo versátil e atual, sem envolver exageros de gastos ou sofrimentos com falta de espaço. Dentre as roupas que devem estar à mão para qualquer mulher está a básica camisa branca.
Emprestada da moda masculina, a peça possibilita combinações para usar no trabalho, em eventos sociais, para um passeio casual e outras ocasiões. A designer Anne Fontaine é uma especialista em camisa, peça com a qual começou a trabalhar há 20 anos, e dá dicas para quem quer compor diferentes looks básicos. Brasileira radicada em Paris, ela prepara a inauguração de sua primeira loja no país, prevista para junho deste ano no shopping Village Mall, no Rio, e lançará na semana que vem sua primeira coleção acessível em parceria com a rede da fast fashion C&A – na Europa, sua camisa branca básica por a partir de 250 euros (cerca de R$ 655).
“Sempre digo para as pessoas que trabalham comigo que, com uma mesma camisa, você pode fazer, no mínimo, dez silhuetas rápidas”, falou em entrevista ao UOL realizada durante a manhã de quinta-feira (18) no hotel Fasano em Ipanema. Para Anne, as principais três combinações devem trabalhar os lados chique, masculino e casual da mulher.
Montagem de looks básicos com camisa branca: Saia lápis (R$ 750; da Dolce & Gabbana na Farfetch), pantalona (R$ 417,90, da Colcci no Lets) e jeans (R$ 89,90, na Renner). A camisa é o modelo Nuage, que Anne Fontaine chama de novo clássico
“Para as mulheres de negócios, gosto muito da saia preta mais estreita, com uma fenda na frente e comprimento médio”, disse. Anne é fã do jogo de estilos entre masculino e feminino, incorporando elementos de um no outro. “Adoro a camisa com uma pantalona mais larga”, indicou. Em dias mais frios, um colete acinturado é seu arremate favorito. A complementação, segundo ela, deve ser feita pelos acessórios, em especial um belo cinto. O uso da blusa com uma calça jeans vai do casual ao informal arrumado, apenas com a adição de um salto alto.
Quem quer inspiração em looks de famosas, pode olhar para as escolhas de Marlene Dietrich e Sophia Lauren ao longo dos anos. “Essas mulheres eram sublimes com aquelas camisas brancas. Gosto muito das décadas de 1940 e 1950”, disse.
Escolhendo a peça
“Primeiro, a camisa tem de ser branca-branca!”, afirmou ela, que revelou ser obsessiva pela cor em sua forma mais pura. “É um pouco difícil achar o branco com uma qualidade perfeita. Montei toda a minha história em cima da criação de uma coisa perfeita, para mim era fundamental essa ponto”, afirmou. Em sua produção, a designer compra algodão peruano e faz os próprios fios que dão origem ao tecido. As peças com trabalho manual são feitas por artesãos franceses como uma maneira de preservar o ofício em extinção.
O caimento perfeito é aquele fica certinho sobre os ombros. Ela ressalta que é importante atentar também aos punhos e colarinhos, que não podem ser muito duros ou moles. A modelagem, Anne conta, varia de pessoa para pessoa e do que ela gosta de valorizar em seu corpo.
Colarinhos da designer Anne Fontaine
Além das camisas, a marca Anne Fontaine trabalha com peças variadas, de vestidos a calças. Uma das vedetes são os colarinhos soltos, que entraram com tudo na moda no último ano. “Como sempre fiz camisa, sempre fiz colarinho. Criei esse ‘boom’”, disse ela, que conta com uma coleção pessoal de 3 mil peças. Foi a procura e o interesse por parte das clientes que fez com que ela começasse a comercializá-los.
Peças acessíveis
Com lançamento marcado para 23 de abril, a coleção em parceria com a C&A oferecerá camisas e outras peças inspiradas pelas parisiense de bairros como Montmartre e Rive Gauche.
A ideia para a linha surgiu da própria varejista. “Tinha um pouco de medo, preocupada com a qualidade, mas a equipe da C&A foi extraordinária e tentou achar tudo o que eu queria”, falou.
Para fazer uma linha mais barata, a designer teve de abrir mão da qualidade da matéria-prima. “Não pude usar 100% algodão, tive de usar algodão com um pouco de poliéster. Foi a maneira que achamos para fazer uma coleção barata guardando uma certa qualidade”, falou ela, que não abriu mão da modelagem, apesar do tempo curto de produção.
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