Sensualidade é atitude e não jeito de se vestir, dizem especialistas
Fazer pose, morder os lábios, lançar um olhar misterioso e optar por roupas mais provocantes são as artimanhas clássicas usadas com o objetivo de chamar a atenção e seduzir. No entanto, os especialistas garantem: no fim das contas, é sexy quem tem atitude e sabe se valorizar. “A capacidade de seduzir não está relacionada ao que vestimos ou desejamos mostrar ao mundo exterior. Ela está muito mais ligada com a maneira como nos sentimos intimamente, com a autoconfiança”, explica a psicóloga Maria da Glória Hazan, pesquisadora da PUC-SP.
Neste contexto, a piriguete, gíria usada para descrever a mulher que usa roupas minúsculas e não têm medo de ousar para conseguir prazer e diversão, não pode ser considerada padrão de sensualidade. Até porque os critérios para definir quem consegue ou não despertar desejos são individuais e bem distintos. “O que é sensual para um pode não ser para o outro”, ressalva a psicóloga.
De acordo com o psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr., diretor do Instituto Paulista de Sexualidade, é sensual quem consegue estimular um dos cinco sentidos humanos: tato, visão, olfato, paladar ou audição. “Alguém que saiba provocar um ou mais destes sentidos em outras pessoas, de modo a produzir prazeres, muito provavelmente será tido como sensual”, explica.
Pessoas assertivas ou com mais habilidades sociais também costumam ser mais facilmente reconhecidas como sensuais. E não por acaso. “Essas pessoas são mais seguras, têm mais consciência do seu modo de pensar, agir e se relacionar. E é isso o que as torna tão atraentes”, esclarece Maria da Glória.
A carapuça que não serve
Tentar seguir um padrão de sensualidade e beleza que não condiz com a própria natureza ou estilo pessoal, no entanto, pode influenciar negativamente nos relacionamentos e até na saúde. “Querer passar uma imagem que não será capaz de sustentar futuramente pode dar certo no primeiro momento, mas, depois, você acabará decepcionando o seu par”, alerta Rodrigues Jr.
A obsessão de seguir os padrões também pode culminar em distúrbios de autoimagem. “A anorexia e a bulimia são a expressão da busca desvairada do culto ao corpo perfeito, uma grave questão contemporânea”, pondera a psicóloga.
Sem contar que só quem se sente confortável na própria pele pode transmitir autoconfiança, quesito primordial para expressar sensualidade. “Respeitar o seu estilo é importante. É preciso entender o que representa o sexy para você, antes de pensar em impressionar o outro”, aconselha a consultora de estilo Luanda Fonseca.
Nas mulheres, um salto agulha ou uma boca vermelha podem causar tanto impacto quanto um decote ou uma fenda. “Para ser sexy existem muitos artifícios interessantes e não tão óbvios, que podem ser explorados. Por exemplo, quem considera sexy mostrar a nuca, pode cortar o cabelo ou usá-lo mais preso”, sugere Luanda. Via de regra, a vulgaridade está no excesso. “Na maioria das vezes, um único artifício sexy é suficiente para atrair”, finaliza a consultora.
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