Mal feito, preenchimento labial pode comprometer a beleza do rosto
É comum nos depararmos com mulheres, muitas vezes bonitas e jovens, que quando olhamos bem, percebemos algum detalhe que não está em harmonia com o rosto. Um dos motivos dessa impressão, pode ser algum problema com os lábios, mais precisamente com o preenchimento labial feito fora dos padrões estéticos, determinados pelo bom senso. Um caso clássico do que estamos falando é a atriz e garota-problema Lindsay Lohan, que vira-e-mexe aparece com os lábios disformes.
“Na maioria das vezes, esses resultados antiestéticos procedem do exagero na quantidade preenchida e na indicação errada, como por exemplo, uma paciente jovem que tem um bom volume labial, mas quer aumentar ainda mais. Nesse caso, o médico precisa convencer a paciente de que não há indicação”, diz a dermatologista Marcela Studart, do Rio de Janeiro. “A escolha de um bom médico, de preferência especializado em preenchimento, é muito importante. Os lábios têm características peculiares: eles têm movimentos, contornos e profundidade. Alguns traços aparecem com o movimento – ao sorrir os lábios vão mais para a direita ou para a esquerda ou para o centro e isso faz toda a diferença na hora do preenchimento. Lábios muito finos, por exemplo, nunca poderão ficar carnudos, pois quando o preenchimento atinge camadas profundas, ele empurra a pele e dá o aspecto de bico de pato”, declara a dermatologista Patrícia Rittes, de São Paulo.
O tipo de preenchimento utilizado é outro fator essencial para um bom resultado. “Os preenchedores fluidos, são mais seguros e têm menor risco de complicações, como a formação de nódulos. Mas além de tudo, proporcionam um efeito mais natural”, afirma Marcela Studart. Lembrando que, independentemente do problema que se quer corrigir, é fundamental que o preenchedor tenha efeito reversível, isto é, seja reabsorvido pelo organismo - o que acontece apenas com preenchedores à base de ácido hialurônico como o Juvederm, Restylane e o Teosyal; caso contrário, o procedimento será definitivo. Para a dermatologista Márcia Monteiro, de São Paulo, o material específico e adequado para a região dos lábios é importante, mas ela ressalta: “O domínio da técnica e o bom senso do profissional que vai executar o tratamento são fatores fundamentais no resultado final”, diz.
Saiba qual é a causa dos efeitos insatisfatórios mais comuns e converse muito bem com o seu médico para evitá-las
Bico de pato – O efeito já virou um clássico do preenchimento labial. O exagero na quantidade de preenchedor aplicada pode ser um dos motivos e a transformação de lábios muito finos em boca carnuda também, porque, dependendo do método utilizado, a pele estufa e a boca fica parecendo um “bico de pato”. Fazer o preenchimento na área entre as aberturas das narinas, com muita cautela, pode ser uma saída, assim os lábios sobem e é possível produzir um volume mais “natural”.
Corrigir o coração – Alterar o contorno do lábio superior, retificando o "V", abaixo do nariz, (isto é, para eliminar esse formato) que justamente significa a parte central do lábio, dá um aspecto muito artificial à boca. E mais do que tudo, é contra a natureza.
Volume em excesso – Pacientes jovens que já têm um bom volume labial, mas querem aumentar, geralmente, acabam tendo um resultado antiestético e exagerado, que tem efeito rebote: em vez de conferir beleza ao rosto, compromete a harmonia.
Lábios proporcionais - Naturalmente, o lábio inferior é maior do que o superior. Torná-los semelhantes em tamanho, causa um aspecto antiestético. Inclusive, pessoas que exibem o mesmo volume nos dois lábios, é um sinal de que o preenchimento foi mal executado.
Nódulos – Geralmente são provenientes do exagero na quantidade de produto, de técnicas erradas de aplicação e escolha equivocada do tipo de preenchedor utilizado. Tire todas as suas dúvidas, com o médico, a respeito dessas questões, para evitar surpresas desagradáveis. Mulheres mais velhas que querem amenizar o excesso de rugas ao redor da boca com preenchimento devem ter cautela. Se a ruga for muito profunda e necessitar de grande quantidade de preenchedor, é preciso domínio e bom senso médicos, pois a chance de ficar estufado e sem harmonia é grande, por conta de se tratar de uma região de pele muito fina.
É possível reverter?
Essa é a questão crucial para quem vive uma experiência ruim com o preenchimento labial. O primeiro ponto a ser considerado é que o material utilizado não seja definitivo; se for, a única forma de retirar é cirurgicamente, o que implica uma cicatriz. No caso dos preenchedores reversíveis, a possibilidade de se reverter o problema divide a opinião dos médicos. Para a dermatologista Marcela Studart,“é muito difícil reverter uma complicação ou erro na aplicação do preenchedor. Até existe uma substância que pode ser injetada na região para ajudar a dissolver nódulos e favorecer a absorção do preenchedor, mas ela tem grande potencial alergênico. O ideal é aguardar a absorção natural, que geralmente, ocorre em torno de oito meses, caso seja de ácido hialurônico”, diz a médica. Já a dermatologista Patrícia Rittes acredita que o procedimento para reverter é relativamente simples e, por isso, uma boa alternativa: “Se o implante for de ácido hialurônico, ele pode ser derretido por uma enzima injetada no local; nesse caso, o risco de potencial alergênico é baixo, mas existe”. De um jeito ou de outro, a dermatologista Márcia Monteiro pondera: “Deve-se levar em conta o edema no pós-procedimento, que pode mascarar o resultado final”, destaca. Daí a importância de se esperar alguns dias (determinados pelo médico) antes de optar por deixar ou eliminar o preenchimento.
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