Adolescente pode praticar MMA? Veja a opinião de especialistas
Anderson Silva, Antônio Rodrigo Nogueira (Minotauro), Lyoto Machida, José Aldo, Antônio Silva (Pezão), Antônio Rogério Nogueira (Minotouro), Vitor Belfort, Mauricio Shogun... Os adolescentes têm na ponta da língua esses nomes e mais outros tantos e ficam ligados na televisão quando eles entram no octógono para mais um combate de MMA.
O esporte virou mania e muitos jovens (seu filho pode ser um deles!) querem ser praticantes da modalidade, embora muita gente fique horrorizada com os golpes desferidos. Antes de liberar ou vetar a matrícula na academia, é importante se inteirar um pouco mais sobre o assunto. Para ajudar, o UOL Gravidez e Filhos conversou com especialistas e elaborou guia com cinco questões básicas.
1 - O que é o MMA?
A sigla refere-se ao nome em inglês “Mixed Martial Arts” (artes marciais mistas, em português) e se refere a um esporte da categoria luta que combina técnicas de diversas artes marciais, como judô e karatê.
2 - O esporte pode ser praticado por adolescentes?
A opinião dos especialistas varia. Segundo Alessandro Hervaldo Nicolai Ré, professor do curso de ciências da atividade física da EACH (Escola de Artes, Ciências e Humanidades) da USP, como qualquer outra atividade, não se trata de o MMA ser recomendado ou não para jovens.
A questão que deve preocupar os pais é a qualidade da prática, o modo como ela é encaminhada, a conduta do professor, que deve ser um modelo para os alunos, não um incentivador da prática violenta. "O MMA pode ser muito perigoso se não for bem trabalhado, mas não existe esporte que prejudique o desenvolvimento físico, isso é mito. Se a rotina for bem planejada e existirem períodos de descanso, não há problemas", diz ele.
No entanto, para Ricardo Barros, pediatra e coordenador do Grupo de Medicina Esportiva da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), praticar MMA, só depois dos 18 anos, no mínimo. Segundo ele, o esporte é extremamente violento e, antes dessa idade, o adolescente não tem condições de discernimento para não ultrapassar limites nem maturidade emocional.
"Contratar um personal trainer ou ter um professor para cada cinco alunos são alternativas. Dessa maneira, o jovem é acompanhado muito de perto", fala Barros. No que diz respeito a questões físicas, ele não vê problemas: o MMA é um esporte que implica em alta atividade aeróbica, o que é bom para o corpo.
De acordo com Mauro Chimento “Xuxa”, professor de MMA da academia Bodytech, em São Paulo, entre os benefícios físicos estão ganho de resistência muscular e aumento da força e da massa muscular. Nas aulas, o gasto calórico é elevado, o que ajuda a modelar o corpo.
3 - O MMA tem regras?
Sim, várias e que dizem respeito à prática no mundo todo. Desrespeitá-las é considerado falta durante os treinos e nas lutas também, fazendo com que o lutador perca pontos.
Algumas das coisas que não se pode fazer: dar cabeçada, colocar o dedo no olho, atacar a região genital, golpear com o cotovelo de cima para baixo, golpear os rins com os calcanhares, chutar a cabeça se o adversário estiver caído, arremessar o oponente para fora da área de luta e arremessá-lo contra a lona sobre a cabeça ou a coluna (o chamado bate-estaca).
"Algumas pessoas ainda confundem MMA com briga, mas alunos bem treinados são condicionados a respeitar seus companheiros e aprendem a dominar seus instintos, como o medo e a raiva. Com muita disciplina, eles podem se tornar pessoas mais calmas para enfrentar os problemas diários, porque desenvolvem concentração e autoconfiança", diz o professor “Xuxa”.
4 - O que é preciso dominar para ser um lutador?
De acordo com o professor da Bodytech, existem três áreas importantes: luta em pé (chutes e socos), com técnicas originárias do boxe, muay thai, caratê e boxe chinês, entre outras, defesa de quedas e provocação delas, com movimentos da luta greco-romana e do judô, e luta de solo, com aplicação de técnicas do jiu-jítsu e da luta-livre, entre outras.
5 - Como é uma aula de MMA nas academias?
Os alunos geralmente fazem um circuito de exercícios, com corrida, alongamentos, agachamentos, flexões e abdominais. Também há simulação de luta de solo com o saco de pancadas no chão.
"Assim é possível trabalhar golpes reais com baixo risco de lesões", afirma “Xuxa”. Na parte técnica, são exploradas habilidades de defesa pessoal e combinações de socos e chutes.
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