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Veja como planejar adequadamente a iluminação de salas e cozinhas

Para uma sala de jantar integrada à cozinha, o ideal é optar por luminárias de mesma linguagem visual - Getty Images
Para uma sala de jantar integrada à cozinha, o ideal é optar por luminárias de mesma linguagem visual Imagem: Getty Images

Karine Serezuella

Do UOL, em São Paulo

02/02/2014 09h06

Um bom projeto de decoração está, invariavelmente, ligado a um bom plano de iluminação. E, para pensá-lo adequadamente, é essencial ter o "layout" de cada ambiente e determinar claramente o objetivo do espaço. Com esses pontos definidos é possível saber o que e como iluminar de forma funcional e bonita.

Com as dicas da lighting designer Carina Tavares e do arquiteto Ricardo Abreu Borges entenda a importância da lâmpada certa e saiba como pensar o projeto luminotécnico de salas de estar, jantar e cozinhas.

A lâmpada certa

A escolha da lâmpada mais adequada para cada uso e ambiente influencia diretamente no conforto visual. Quatro tipos de lâmpadas são os mais usados em áreas residenciais: incandescentes comuns e halógenas, fluorescentes e de LED. Além de conhecer as vantagens e desvantagens de cada tipo (veja o álbum acima), é importante levar em conta a temperatura de cor da lâmpada.

Medida em graus Kelvin (K), tal temperatura exprime a "aparência" da luz que, em uma escala simplificada, pode ir de um espectro amarelado (menor Kelvin) a uma luz branco-azulada (maior Kelvin). Para locais de relaxamento, por exemplo, são indicadas as lâmpadas amareladas, enquanto espaços de trabalho precisam de luz neutra ou azulada.

SAIBA COMO ESCOLHER O PENDENTE IDEAL PARA CADA ESPAÇO

  • Guinter Parschalk/Divulgação

Nas salas de estar

Em muitos projetos, a sala de estar é um espaço múltiplo, porque serve como área de convívio familiar, sala de TV e local para recepcionar visitas. Para atender às diferentes demandas, é recomendável criar "cenas" através de circuitos luminotécnicos independentes, acionados por interruptores comuns na parede ou através de um sistema de automação, que disponibilizem ou não o controle da intensidade dos fachos através de dimmer.

Por exemplo, para assistir a um filme, a "cena" mais adequada é a criada por luminárias de luz indireta e efeito amarelado, que proporcionam um clima aconchegante. Para atender a função social, porém, uma iluminação geral que distribua a luz uniformemente é essencial. E, ainda para esse tipo de cômodo, pode haver a necessidade de criar áreas com iluminação específica para determinada tarefa, como ler, que exige luz focada e direta. 

Em salas de jantar

Já uma iluminação eficaz para a sala de jantar permite enxergar o que está sendo servido e visualizar aqueles que estão sentados. Por isso, de modo geral, sempre há uma luminária sobre a mesa de jantar. No entanto, é importante estar atento ao tamanho da peça, à distância entre o pendente ou lustre e a mesa e ao tipo de tampo.

Por exemplo, para uma mesa muito comprida, é comum haver a necessidade de dois pendentes ou lustres que atendam toda a extensão do mobiliário, pois os cantos também devem receber luz. Em relação ao material do tampo, quando refletores (vidro ou espelho), o recomendável é utilizar luminárias que emitam luz para cima (refletida/difusa), porque focos diretos podem causar ofuscamento. Sobre a altura, a distância mínima entre a base inferior da luminária e o tampo da mesa é de 90 cm, para não atrapalhar a visão de quem está sentado.

Para completar a boa iluminação para a sala de jantar, informe-se sobre dois fatores: o IRC (índice de reprodução de cor) e a temperatura de cor (K) da lâmpada. O IRC mede a capacidade de reprodução fiel das cores, desta forma, escolha um modelo com IRC igual a 100, o que significa que a cor dos alimentos não será alterada. E para que o local fique aconchegante e agradável, use uma luz amarelada (o indicado é de 2.700 K a 3.000 K).

As cozinhas

Para iluminar a cozinha, prefira lâmpadas de 4.000 K (luz neutra) a 6.000 K (luz branca-azulada), porque essas temperaturas de cor são adequadas aos espaços de trabalho. Em relação à disposição dos pontos de luz, em primeiro lugar, pense em uma iluminação geral que garanta cantos sem sombra e, se tiver elementos decorativos, planeje focos dirigidos.

Importantes e muitas vezes esquecidos, são os bicos de luz sobre as áreas de preparo e cocção, como as bancadas distribuídas ao longo do perímetro e encostadas às paredes. Essa luminosidade é fundamental para evitar que o corpo do cozinheiro faça sombra sobre o mobiliário e a comida. Para essa função, busque lâmpadas com IRC de 80 a 100, para que não haja distorção das cores dos alimentos.

Ambientes integrados

Nas casas e apartamentos com cozinha e salas integradas, invista em uma mesma linguagem visual por meio das luminárias e da temperatura de cor. Por exemplo, se escolher um pendente redondo para iluminar a mesa de jantar, use luminárias embutidas também de formato redondo na cozinha.

Sobre a temperatura de cor, aproxime ao máximo os valores Kelvin, mantendo porém a indicação para cada "cena", dessa forma: ao invés de colocar uma lâmpada com temperatura de cor 6.000 K (branca-azulada) na cozinha, opte por uma luz neutra, com 4.000 K. Assim, o impacto visual é menor, mas a ação neutra da luz sobre os trabalhos é mantida.

Por sua vez, na sala de jantar, utilize temperaturas de 2.700 K a 3.000 K, amareladas e mais aconchegantes. Observe que ao escolher lâmpadas com menor diferença na escala de temperaturas em cada um dos ambientes, o resultado geral será a unificação das iluminações.