Criança pode precisar de terapia; veja onde há atendimento gratuito
Ao enfrentarem problemas com o filho, muitas vezes, os pais recebem como sugestão procurar um psicólogo. E como saber que essa é a melhor saída para a situação enfrentada com a criança? Diferentemente de um adulto, que é capaz de expressar frustrações, medo, insegurança e tristeza verbalmente, a criança pode demonstrar que precisa de ajuda apresentando alterações em seu comportamento e até sintomas físicos.
“Crianças, geralmente, são cheias de vivacidade. Quando elas passam a chorar muito, a ficar quietas, a parecer meio tristes, é preciso conversar para saber o que não vai bem”, afirma a psicóloga clínica Heloísa Cançado Lasmar, também professora da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Minas Gerais.
Além da mudança de comportamento, vale a pena observar, segundo Vera Zimmermann, coordenadora do Centro de Referência da Infância e Adolescência da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), alguns distúrbios físicos que ela possa apresentar.
“Problemas na alimentação, no controle intestinal e no sono são comuns em crianças pequenas, de até cinco ou seis anos, que estão passando por problemas. Voltar a fazer xixi na cama todo dia, depois de ter aprendido a controlar há um bom tempo, também é um sinal. Em crianças mais velhas, esses distúrbios podem ocorrer e serem acompanhados de irritabilidade, agitação, ansiedade.”
Ficar doente frequentemente também é um sintoma corporal que precisa ser avaliado com mais cuidado pelos pais, de acordo com Vera, da Unifesp. Passar a comer compulsivamente é outro indício que a criança pode dar de que algo não vai bem emocionalmente.
Como lidar
Antes de sair correndo com a criança para uma consulta de urgência com o psicólogo mais próximo, a primeira coisa a ser feita é observar a vida em família e conversar com o filho.
“A saúde mental da criança depende muito do que ocorre no âmbito familiar. Se o núcleo familiar não está cumprindo seu papel de educar a criança, de prestar atenção às suas necessidades, ela vai mudar de comportamento, o que é um indício de que não aguenta mais aquela situação”, declara Roberto Teixeira Mendes, professor do Departamento de Pediatria da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Para Heloísa, da PUC de Minas, novas situações podem desencadear uma mudança brusca no comportamento infantil. Separação dos pais, morte de algum familiar ou o nascimento de um irmão são exemplos clássicos que podem gerar dúvidas, insegurança e tristeza em uma criança.
“Muita gente acha que as crianças são pequenas demais para entenderem determinados assuntos, mas elas entendem tudo. É preciso abrir o jogo com elas. A infância é o momento em que a pessoa está construindo um sentido para o mundo. E nada vai fazer sentido enquanto alguém não conversar com ela sobre os problemas familiares. Não dá para esconder, pensando que assim está se protegendo o filho”, afirma a psicóloga.
Ajuda do pediatra
Segundo Mendes, da Unicamp, o pediatra que acompanha a criança pode ajudar os pais a analisarem a situação do filho com maior clareza.
“O profissional da pediatria sabe que o problema não é só com a criança. Ele também pode conversar com a família para tentar esclarecer problemas que estão claramente visíveis, mas que ninguém percebeu ainda. Em último caso, ele poderá indicar um psicólogo.”
A seguir, veja locais que oferecem serviços gratuitos de atendimento psicológico e psiquiátrico a crianças no Brasil
São Paulo
Centro de Referência da Infância e da Adolescência (Cria), da Unifesp
Telefone: (11) 5082-3961
Clínica Psicológica Durval Marcondes, do Instituto de Psicologia da USP
Telefone: (11) 3091-8248
Minas Gerais
Clínica Psicológica da PUC Minas
Telefone: (31) 3319-4322
Distrito Federal
Instituto de Psicologia da UnB
Telefone: (61) 3107-6624
Rio Grande do Sul
Clínica de Atendimento Psicológico da UFRGS
Telefone: (51) 3308-2025 (51) 3308-2026
Rio de Janeiro
Atendimento Psicológico do Instituto de Psicologia da UFRJ
Telefone: (21) 3873-5327 ou (21) 2295-8113
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